\n \n Duas alunas do ensino fundamental bateram em uma colega de 13 anos\n em frente à escola estadual de ensino fundamental e médio Ulysses Guimarães, em\n Porto Velho. As cenas foram gravadas por um celular e o vídeo foi postado na\n semana passada em uma rede social. As imagens estão sendo investigadas pela\n Polícia Civil. \n \n Nos minutos iniciais do vídeo, é possível ver ao menos 11\n estudantes de uniforme azul que testemunham quando uma aluna recebe tapas,\n chutes, socos, pontapé e tem a cabeça pisoteada. A agressão ocorre na rua da\n escola, onde a vitima foi encurralada em um muro. \n \n No instante seguinte, uma das testemunhas ainda sugere que alguém\n preste socorro, "ajuda ela", mas a estudante que recebeu as agressões\n se levanta, recolhe a mochila e sai de cena. \n \n Na manhã desta segunda-feira (22), pais e alunos responsáveis pela\n agressão prestaram depoimento. O laudo da perícia médica atestou que a\n adolescente, apesar da violência exibida no vídeo, sofreu lesões leves e deve\n receber acompanhamento médico. \n \n Bullying\n \n "Minha filha disse que tudo aconteceu porque ela não queria\n fazer parte do grupo dessas meninas que bateram nela. Não é a primeira vez que\n isso ocorre nas escolas", disse a mãe da vitima, Maria Marizete. "Eu\n não vou mudar minha menina de escola, ela vai continuar estudando no mesmo\n lugar", afirmou após comparecer à polícia. \n \n "A vitima informou que foi atacada por uma outra aluna.\n Alguém disse que ela teria falado mal da agressora. Foi apenas um\n desentendimento", disse a delegada titular da Delegacia de Apuração de\n Atos Infracionais, Alessandra Paraguassú. \n \n Para a delegada é um caso tipico de violência física e\n psicológica. "O bullying é crime contra honra: injúria, calúnia e\n difamação. Se as meninas trocaram ofensas, fizeram comentários maldosos isso é\n bullying", afirma Paraguassú. \n \n O procedimento de apuração de ato infracional e o relatório, feito\n pela delegada, devem ser concluídos nesta semana e encaminhado para o\n Ministério Público e o Juizado da Infância e da Juventude, que pode determinar\n como punição: advertência e até internação das adolescentes por três anos. \n \n Vídeos pagos\n \n A mãe da adolescente atacada denunciou à polícia ainda que adultos\n estariam pagando menores para que postassem vídeos de brigas na internet. A\n delegada afirmou desconhecer o problema e disse que a denúncia será\n investigada. \n \n "Infelizmente isso é frequente nas escolas, meninas, meninos\n brigando por coisa de coisas pequenas: comentários maldosos, piadas, enfim.\n Esses grupos não são criados específicos para atos infracionais. A facilidade\n de filmar, fotografar com o telefone celular, fez com que aumentasse muito as\n cenas de brigas entre adolescentes. A divulgação de imagens por qualquer meio,\n numa situação de conflito é crime", analisa a delegada. \n \n Depois da publicação do vídeo e da repercussão negativa da\n violência escolar, o governo de Rondônia determinou o retorno do patrulhamento\n policial escolar, que havia sido suspenso há mais de um ano. A Secretaria\n Estadual de Educação pediu a ajuda também do Ministério Público. \n \n "Esta questão da violência é um mal que está disseminado.\n Geralmente quando o aluno apresenta comportamento agressivo, ele também tem\n sérios problemas junto a sua família. Precisamos dar as mão na busca de\n defender nossos filhos e termos um ambiente escolar saudável, voltado\n plenamente a busca do melhor ensino com qualidade", destacou a professora\n Irany Oliveira, coordenadora da Coordenação Regional de Educação do Estado. \n \n \n \n \n