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Polícia
16/04/2025 07:32:00
Alvo de operação nacional, chefe do tráfico atuava em Corumbá
Grupo movimentou R$ 40 milhões com drogas e lavagem de dinheiro a partir de base em Porto de Galinhas (PE)

CGN/LD

Foto: Divulgação PF

Um dos alvos da Operação Kéfale, deflagrada nesta terça-feira (15) em 11 estados brasileiros, atuava em Corumbá (MS), um dos principais pontos das rotas usadas para a entrada de drogas vindas da Bolívia e do Paraguai. O grupo é investigado por envolvimento com tráfico internacional de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro. A base da organização criminosa estaria em um dos destinos turísticos mais conhecidos do país: Porto de Galinhas, em Pernambuco.

Segundo o delegado Márcio Tenório, da Polícia Federal, em entrevista ao Diario de Pernambuco, o principal líder do núcleo violento operava em Pernambuco, foco central da operação, enquanto outros chefes do tráfico atuavam em pontos estratégicos de fronteira, como Guajará-Mirim (RO), Corumbá (MS) e Cascavel (PR), localidades utilizadas como rotas para o ingresso de entorpecentes vindos da Bolívia e do Paraguai.

Com mandados expedidos também para o Mato Grosso do Sul, a operação cumpriu 60 ordens de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão. Do total de 109 mandados, 102 foram executados. Ao todo, 53 pessoas foram presas preventivamente, sendo 39 que estavam em liberdade e 14 que já cumpriam pena no sistema prisional. Sete investigados seguem foragidos.

Em relação aos mandados cumpridos em Corumbá, a Polícia Federal ainda não informou se houve êxito na prisão do alvo ou se ele permanece foragido.

Como funcionava o esquema – Ainda de acordo com o delegado, a organização operava com uma hierarquia bem definida, tinha ramificações interestaduais e utilizava rotas internacionais para o transporte de drogas, especialmente cocaína e crack. Para manter o controle sobre os territórios onde atuava, o grupo recorria ao uso de violência armada, incluindo ameaças e homicídios.

As investigações indicam que a facção era dividida em três frentes: uma voltada diretamente ao tráfico, responsável pela compra, venda e distribuição dos entorpecentes; outra encarregada da segurança das operações, com foco na manutenção do domínio territorial; e uma terceira, dedicada à lavagem de dinheiro, que utilizava empresas de fachada nos ramos do comércio, ensino e transporte, registradas em nome de “laranjas” para justificar o alto volume financeiro movimentado.

Estima-se que a quadrilha tenha movimentado cerca de R$ 40 milhões ao longo de três anos. O centro das operações ficava em Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, com ramificações no Recife, na Região Metropolitana e em diversos estados do país.