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Polícia
24/11/2023 07:00:00
Após morte de fã em show no RJ, polícia diz que vai intimar CEO de produtora
Machado, 23 morreu após passar mal; empresário pediu desculpas à família

Metro/PCS

Foto: Redes Sociais

A Polícia Civil diz que vai intimar o CEO da Time for Fun (T4F), Serafim Abreu, produtora responsável pelos shows da cantora Taylor Swift no Brasil, para apurar a conduta adotada durante as apresentações no Rio de Janeiro. Durante uma delas, no Estádio do Engenhão, a estudante de psicologia Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, passou mal e morreu. A corporação apura denúncias de falta de água e preços abusivos durante os eventos.

“Abrimos o inquérito e ontem mesmo (22) já começamos a ver a possibilidade dele ser ouvido, com questões de agenda e tudo mais. Mas ele vai ser ouvido, assim como outras diligências já começaram a ser feitas”, explicou o delegado Luiz Henrique Marques Pereira, da Delegacia do Consumidor (Decon), em entrevista ao site GShow.

Nesta quinta-feira (23), Abreu se pronunciou publicamente sobre o caso pela primeira vez. Em um vídeo, publicado nas redes sociais, ele pediu desculpas à família de Ana Clara e ressaltou que a empresa vai repensar sua atuação durante os eventos (veja abaixo).

“Sabemos que com as mudanças climáticas que estamos vivendo, esses episódios serão cada vez mais frequentes. Entendemos também que todo o setor precisa repensar a sua atuação diante dessa nova realidade. De qualquer forma, quero aqui pedir desculpas a todos que não tiveram a melhor experiência possível. Entregar o melhor evento sempre será o nosso compromisso. Também peço desculpas pela demora em realizar essa manifestação pública, pois nosso foco estava em incorporar os aprendizados que tivemos”, disse o CEO da T4F.

“Infelizmente, pela primeira vez em mais de 40 anos de atuação, tivemos uma fatalidade em um evento organizado pela Time for Fun. Estamos absolutamente desolados, muito tristes com a perda da jovem Ana Clara, apesar do pronto atendimento e de todos os esforços realizados pelas equipes médicas no evento e no hospital”, continuou Abreu.

“À família de Ana Clara quero expressar os nossos mais sinceros sentimentos. Coloco aqui, agora publicamente, a nossa disposição em prestar assistência no que for necessário, como já dissemos diretamente para os membros da família e para o advogado que os representa, por telefone, por escrito, desde o ocorrido”, continuou.

“Entendemos a profunda dor dessa perda irreparável. Respeitamos a privacidade da família e reforço mais uma vez nossa disposição em colaborar. Quero também assegurar a todos os fãs que irão ao show da Taylor Swift em São Paulo, que estamos trabalhando para proporcionar uma noite emocionante e memorável. Para os shows do Allianz Parque, seguimos o novo posicionamento das autoridades”, ressaltou Abreu.

O CEO da T4F destacou que, em São Paulo, será permitida “a entrada de garrafas de águas plásticas flexíveis, além dos copos de água descartáveis que sempre foram liberados. Todas as orientações para o show serão amplamente divulgadas em nossas redes, para que todo mundo possa vivenciar a melhor experiência possível. Muito obrigado”, concluiu.

Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, passou mal em show da cantora Taylor Swift e morreu

Morte da fã

Ana Clara cursava psicologia na Universidade Federal de Rondonópolis, no Mato Grosso. Ela era fã da cantora Taylor Swift e, no último dia 17, passou mal e desmaiou durante um show no Engenhão. Ela foi levada às pressas para o hospital, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

As causas da morte ainda são apuradas, mas ela ocorreu em um dia em que a cidade do Rio de Janeiro registrou a temperatura de 39,1ºC, com sensação térmica de quase 60 graus, e em um local onde várias pessoas relataram ter passado mal pelo calor e pela falta de água.

A própria Taylor Swift teve que parar o show para pedir ajuda para fãs que estavam passando mal em função das altas temperaturas no local.

Após a repercussão do caso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que a Secretaria do Consumidor publicou uma portaria para liberar a entrada de garrafas de água em casas de shows e espetáculos, além de exigir que esses locais tenham “ilhas de hidratação”.