Midiamax/LD
Foi transferido, para o 10º Batalhão da Polícia Militar, o capitão da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) que denunciou crime de homofobia no comando. A transferência foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (12), assim como a transferência do coronel alvo da denúncia.
O tenente-coronel agora passa a integrar a equipe montada da cavalaria da Polícia Militar, sendo ainda nomeado em cargo de confiança, recebendo R$ 2.370 a mais em seu salário pela nomeação. O capitão não teve nomeação para nenhum cargo, sendo transferido para o 10º Batalhão da Polícia Militar.
No dia 8 deste mês, o capitão acabou preso ao ‘virar as costas’ para o chefe, um coronel, sendo ele denunciado pelo crime de homofobia na semana passada junto ao MPM (Ministério Público Militar). O militar passou por audiência de custódia no dia 9 e foi liberado. O juiz relaxou a prisão por considerá-la ilegal.
A prisão ocorreu durante uma reunião em que mais dois militares foram convidados a participar, sendo que o capitão havia afirmado que não falaria de nada que fosse além do trabalho. O advogado do capitão, Anderson Yukio, disse ao Jornal Midiamax que o seu cliente não deu as costas para o superior quando recebeu a voz de prisão por insubordinação.
“Ele nem chegou a levantar da cadeira quando o coronel mandou prendê-lo”, disse o advogado. O capitão havia feito uma denúncia junto ao MPM contra seu superior pelo crime de homofobia, e, segundo o advogado, mesmo com o caso em segredo, havia boatos na seção onde o militar trabalhava sobre a denúncia, o que teria provocado a reunião com o coronel.
'Vida pessoal'
Em seu relato, o capitão disse que se sentia extremamente constrangido por relatar a sua vida pessoal e que jamais pretendeu enfrentar um processo tão grande de exposição, já que, durante a reunião, o superior queria falar sobre assuntos relativos à vida pessoal dele. Já em seu relato, o coronel alvo da denúncia disse acreditar que o capitão era heterossexual, já que tinha conhecimento que ele havia sido casado com uma mulher, e nunca havia ouvido no ambiente de trabalho alguém comentar sobre a sua orientação sexual.
Um áudio pejorativo contra homossexuais, que havia circulado em WhatsApp, no grupo da Polícia Militar, teria sido o gatilho para que o capitão fizesse a denúncia junto ao MPM. Em contato com a assessoria de comunicação da PM, foi informado ao Jornal Midiamax que será feito um pedido para ter acesso a essa denúncia feita pelo capitão junto ao MPM e que o caso será investigado. De acordo com a assessoria, não havia conhecimento de que uma denúncia pelo crime de homofobia havia sido feita.