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Polícia
03/02/2022 15:59:00
Delegado condenado por homicídio de boliviano tem pedido de cela especial negado

Midiamax/LD

Atualmente no Centro de Triagem, em Campo Grande, o ainda delegado de Polícia Civil Fernando Araújo da Cruz Junior teve pedido para cumprimento de pena em cela especial negado. Ele foi condenado a mais de 20 anos de prisão e expulsão, pela morte de Alfredo Rangel Weber dentro de uma ambulância, em fevereiro de 2019.

No acórdão, desembargadores da 3ª Câmara Criminal pontuam que é indiscutível o direito à prisão especial em caso de irregularidade ou constrangimento ilegal, mantendo assim o réu separado dos demais presos. No entanto, na peça é destacado que Fernando já cumpre pena em local que muito se aproxima de uma cela especial.

Atualmente ele está detido na cela 17 do Centro de Triagem, que foi adaptada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) como cela especial, para custodiar presos que não podem ter contato com a massa carcerária e sem grande lotação. O entendimento é de que isso não ofende os direitos do acusado.

A defesa tentava que Fernando retornasse para a cela da 3ª Delegacia de Polícia Civil, onde permaneceu preso até a condenação.

Assassinato

O boliviano Alfredo foi esfaqueado em uma festa e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá. Então, o delegado interceptou a ambulância e o matou a tiros antes de chegar ao hospital. Mas Fernando, achando que não havia testemunhas do crime, foi pego de surpresa quando foi informado pelo investigador da Polícia Civil, Emmanuel Contis, de que a irmã da vítima estava na ambulância e viu o assassinato.

Em meio a toda a trama do homicídio, testemunhas foram coagidas, sendo uma delas o motorista da ambulância, que teve como advogada a mulher de Fernando, Silvia. No entanto, o que o casal não esperava era que policiais bolivianos e até um promotor usassem de chantagem para extorquir os dois, com pedido de R$ 100 mil para que não implicassem o delegado ao assassinato.

Na tentativa de encobrir os rastros do crime, até execução dos policiais e delegados que estavam investigando o caso foi arquitetada por Fernando e Emmanuel, que informava ao delegado todos os passos das investigações.