CE/PCS
Centenas de documentos foram abandonados e estão espalhados em pelo menos dois locais em Campo Grande. Agentes da Polícia Federal estiveram em um dos lugares, onde os papéis estão jogados, no cruzamento das avenidas Ernesto Geisel e Fernando Corrêa da Costa, próximo ao Horto Florestal.
Os policias federais que estão no local recolhendo os documentos informaram ao Correio do Estado que foram acionados e estavam no local para coletar provas e tentar rastrear a origem dos documentos. A partir daí a Polícia Federal poderá determinar a origem da documentação, com quem estava e saber o motivo do descarte.
A reportagem verificou que as folhas são de todo tipo de documentos, desde inquéritos policiais, laudos, depoimento de testemunhas, auto de prisão e flagrante, tudo referente a alguma investigação. Há papéis timbrados do Governo do Estado, Grupo Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - do Ministério Público do Estado (MPMS) -, Polícia Federal de Corumbá.
As folhas estão espalhadas nos dois lados da via e não é possível identificar se é da Justiça Federal, Estadual, ou mesmo de outro órgão de segurança. Também há identificação de registro de contas bancárias e de veículos - com fotos -, cartas, ofícios, comprovantes de pagamento e diversos outros tipos de documentos.
Há informações de que outras folhas foram deixadas na Avenida Campestre, no Bairro Aero Rancho, aproximadamente 9 quilômetros do Horto Florestal onde foram encontrados os primeiros documentos.
A reportagem verificou que muitos dos documentos são referentes à Operação Quijarro, desencadeada em 2010 para coibir o tráfico de cocaína da Bolívia para o Brasil, passando por várias cidades de Mato Grosso do Sul.
Muitos dos papéis contém dados que teriam de ser sigilosos sobre testemunhas, suspeitos, acusados, condenados, trechos detalhando o modo de atuação da PF em várias operações e até assinatura de juízes, como Odilon de Oliveira, candidato derrotado ao Governo do Estado nas últimas eleições.