CGN/LD
Em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (24), o comandante geral da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), tenente coronel Renato dos Anjos Garnes, avaliou positivamente a ação do Batalhão de Choque, que terminou com dois mortos, entre eles o cabo da PM, Almir Figueiredo Barros Junior, suspeitos de tráfico de drogas. Outro militar, Laércio Alves dos Santos, foi preso. O coronel ainda revelou que em Mato Grosso do Sul, 60 policiais já foram excluídos por desvio de conduta.
Almir e Laércio são apontados como integrantes da quadrilha de traficantes, que roubou caminhão com maconha, em Campo Grande, na sexta-feira (21). O Choque flagrou o momento em que o bando retirou o caminhoneiro do veículo e na abordagem policial, Almir e o comparsa reagiram com tiros, que foram revidados e eles atingidos.
O comandante do Batalhão de Choque, Rigoberto Almeida, explicou que as equipes estavam trabalhando no caso há cerca de uma semana, mas a Inteligência da corporação não tinha informações sobre militares envolvidos no esquema. Segundo ele, caso fosse confirmada anteriormente o indício de envolvimento de militares, a Corregedoria seria acionada.
Apesar de o resultado ter sido a morte de um militar e a prisão de outro, o comandante geral afirma que o Choque agiu para manter a segurança da sociedade. "Estamos no caminho certo. A Polícia Militar está cumprindo com o seu dever realizando policiamento ostensivo e preventivo, e quando se faz necessário o uso da força. Não queremos tirar a vida de ninguém, mas nós queremos que o nosso policial volte para a casa, para os seus entes queridos", disse Garnes.
Ainda, revelou que nos dois últimos anos, 60 policiais militares foram excluídos por desvio de conduta. Não é o caso dos militares citados na reportagem, que segundo o coronel, tinham tempo de serviço e boa conduta.
O caso -Os policiais são apontados como integrantes de uma quadrilha de traficantes, que sequestrou motorista de um caminhão para roubar 90 quilos de maconha na tarde de sexta, em Campo Grande. O plano, descoberto pela Inteligência da Polícia Militar, terminou em troca de tiros e na morte de Almir Figueiredo.
Os fatos ocorreram depois que o Batalhão de Choque recebeu informação de que um caminhão com droga acessaria a Capital através da BR-262 e a carga seria roubada por um grupo rival. Então, militares da inteligência se posicionaram na região do Indubrasil para vigiar os suspeitos e viram a aproximação de um caminhão azul, sendo seguido de perto por um Toyota Corolla.
Na Rua Barra dos Bugres, os ocupantes do carro sinalizaram para que o motorista do caminhão parasse, o que foi feito. Na sequência, o condutor foi retirado do caminhão e colocado em um veículo sedan branco. Então, o veículo de carga seguiu conduzido por outra pessoa e escoltado pelo Corolla.
Segundo o boletim de ocorrência, caminhão e Toyota seguiram até uma chácara na Rua Cláudio Augusto, na Vila Romana. Lá, cinco suspeitos passaram a cortar a lataria do veículo de carga e foi o momento que o Choque decidiu abordá-los. Contudo, todos correram para a vegetação ao redor.
Dois deles foram cercados e, de acordo com o Choque, resistiram com armas de fogo. "Que não restou alternativas aos policiais, se não o também emprego de armas de fogo para neutralizar a injusta agressão desencadeada pelos marginais". Os dois foram socorridos em estado grave e morreram antes de chegar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica. Eles foram identificados como Jorcinei Junior Sabia Gil da Silva e o cabo da PM, Almir Figueiredo. Duas armas de fogo foram apreendidas com eles.
Laércio Alves foi surpreendido próximo a BR-262 e acabou preso. Ele é o dono do Corolla que escoltou o caminhão. O resto do bando conseguiu fugir.
A droga foi encontrada em um compartimento do caminhão e no estepe, totalizando 90 quilos, em embalagens com etiqueta com a palavra "oferta".
A polícia disse que o motorista do caminhão, supostamente sequestrado, não foi encontrado até o momento. Mas, acredita que ele possa fazer parte do esquema.