Justiça de Mato Grosso do Sul, através da comarca de Sete Quedas, decretou a prisão preventiva de Rúbia Joice de Oliver Luvisetto. Ela é ex-namorada do jogador Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, morto a tiros e esquartejado no dia 10 de junho. Em nota, a defesa disse que vai recorrer a decisão, já que a jovem e seus familiares estão colaborando com as investigações.

A decisão assinada pelo juiz substituto Mateus da Silva Camelier, da qual o g1 teve acesso, também converteu a prisão temporária em preventiva de Danilo Alves Vieira da Silva, que segue foragido.

A decisão foi proferida horas antes a prisão temporária de Rúbia vencer, na terça-feira (1º), e atendeu ao pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). Agora, Mateus da Silva deve analisar a solicitação da delegada titular de Sete Quedas, Lucélia Constantino de Oliveira, para manter Noemi de Matos Oliver e Patrick Eduardo do Nascimento, mãe e padrasto de Rúbia, presos preventivamente.

O advogado de defesa da família, Alberi Dehn, alegou que ainda aguarda decisão da comarca, mas vai recorrer se for o parecer for favorável.

Para o juiz, Rúbia e Danilo agiram friamente ao atrair a vítima para casa da ex-namorada, "por circunstâncias ainda não muito esclarecidas", e lá agir em conjunto para matar Hugo. O magistrado também considerou que os dois tentaram esconder o corpo, jogando-o no rio.

Conforme a decisão, a má-fé de Rúbia e Danilo ainda ficou evidente quando a mulher mentiu para a polícia enquanto a família e amigos procuravam pelo jogador.

"Enquanto negava ter conversado com Hugo naquele dia, um sistema de vigilância indicava que o carro dela estava próximo ao último local em que Hugo teria sido avistado. Já o representado Danilo, depois de jogar o corpo da vítima em um rio, teria retornado ao lugar e, ao perceber que ele estava visível, tirado-o da água e cortado-o em várias partes", relatou o juiz. Por fim, o magistrado ressaltou que caso a prisão preventiva se mostrou necessária para garantir que Rúbia e Danilo respondam pelo crime. O município de Sete Quedas fica na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.

Entenda

Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, de 19 anos, desapareceu em 25 de junho após ir a uma festa no município vizinho a Sete Quedas (MS), Pindoty Porã (PY).

A mãe dele, Eliana Skulny, procurou a delegacia na segunda-feira (26), quando o filho não apareceu. Amigos e familiares se mobilizam nas redes sociais para encontrá-lo.

Apenas no dia 28 de junho, equipes do Corpo de Bombeiros de Amambai (MS) se deslocaram até a cidade para ajudar nas buscas. Com ajuda de um barco, vão procurá-lo na região do rio Iguatemi.

No dia seguinte a chegada dos Bombeiros, a rede de buscas ganhou reforço da conterrânea de Hugo, a cantora Ana Castela.

Parte do corpo de Hugo foram encontradas no dia 2 de julho, uma semana após o jovem desaparecer. De acordo com a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), Hugo foi encontrado esquartejado e teve as partes do corpo lançadas no leito do rio.

O reconhecimento foi feito a partir de uma tatuagem que o Hugo tinha no braço, com o nome do pai, falecido há cerca de 2 anos.

Conforme a polícia, o jovem foi morto com três tiros e para a ocultação do corpo os suspeitos teriam utilizado uma serra elétrica e uma serra fita para cortar o corpo. As investigações ainda apontam que o corpo foi esquartejado em pequenos pedaços

"Ele já havia levado 3 tiros, utilizaram instrumentos para ocultação do corpo", disse a delegada responsável pelo caso, Lucelia Constantino de Oliveira.

Para o delegado Marcos Werneck, Hugo foi assassinado de forma premeditada.

"Temos elementos para afirmar que se tratava de delito premeditado. Identificamos a qualificadora do recurso que dificultou no caso especificamente e tornou impossível a defesa da vítima. Identificamos a participação de Rúbia [ex-namorada de Hugo] como coautora do crime”, disse.

As polícias de Mato Grosso do Sul e do Paraguai trabalham de forma conjunta e realizam força-tarefa para localizar Danilo Alves Vieira, de 19 anos, apontado como suspeito de matar e esquartejar o jogador de futebol.

A Delegacia de Sete Quedas disponibilizou um número de telefone para que a população faça denúncias anônimas que levem ao paradeiro do suspeito. O número para contato é o (67) 3479-1480.

Confira na íntegra a nota da defesa de Rúbia:

A defesa de Rúbia tomou ciência da decisão que converteu a prisão temporária em preventiva. Informa que discorda da prisão e que adotará as medidas legais cabíveis para restituição da liberdade. Rúbia e seus familiares ajudaram de forma decisiva na investigação, inclusive com identificação de lugares e pessoas, compareceram espontaneamente para prestar depoimentos, o que revela a desnecessidade da prisão.