CG News/AB
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) fez busca e apreensão na casa e gabinetes de seis dos onze vereadores da Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo. A operação denominada Viajantes foi deflagada na manhã de hoje (4), para apurar farras das diárias e viagens de parlamentares e funcionários da Casa de Leis. Ao todo serão cumpridos 14 mandados, sendo 13 na cidade e um em Campo Grande.
De acordo com o site Rio Pardo News, os mandados de busca e apreensão foi expedido pelo juiz substituto do município, Evandro Endo. Os policiais do Gaego fazem buscas na Câmara Municipal e na casa dos vereadores. Fabiano Duarte (PR) é um dos vereadores que teve documentos apreendidos em casa.
Ele relatou o fato ao encontrar um conhecido na rua. “Eu estava dormindo quando bateram forte na porta da minha casa. Fiquei quieto porque era muito cedo, mas aí bateram mais forte. Eu disse: calma, estou levantado, quem é? Foi quando responderam: é a Polícia. Abri a porta, vi o mandado e deixei os homens entrar e pagar o que quiser”, conta o vereador.
Os policiais estão em busca de documentos, computadores e outras provas que comprovem a "farra das diárias". São vários endereços citados nos mandados de busca e apreensão, tais como a casa e o gabinete do presidente da Câmara, Adalberto Domingues (PRTB), a casa do vice-presidente da Câmara, Ângelo da Silva (PSC); sala do 2º secretário Cláudio Lins (PRTB), do 1º secretário Diony Érick de Souza (PSDC), do diretor administrativo Cacildo Pedro Camargo; e do contador da Câmara, Walter Antônio. Até agora não houve prisões.
Operação - De acordo com o Gaeco, a operação é resultado de investigação conduzida pela Promotoria de Justiça, que apurou irregularidades no pagamento de diárias a vereadores e servidores. Conforme revelou a investigação, os políticos teriam forjado viagens e participação em eventos e reuniões fora do município, para receberem indevidamente valores relativos a diárias.
No mês passado, a Justiça já havia determinado que o presidente da Câmara Municipal suspendesse o pagamento de diárias a vereadores e servidores, em razão dos indícios de irregularidade. Conforme o órgão, de janeiro a setembro do ano passado, o legislativo teria consumido cerca de R$ 523,400,00 de recursos públicos com o pagamento de diárias, que chegariam ao valor de R$ 750 para cada dia de deslocamento dentro do Estado e R$ 1.500 para cada viagem fora do Estado.
Ainda foi constatado durante investigação, a existência de gastos excessivos realizados pela Câmara com empresas terceirizadas de publicidade, informática, assessorias contábeis e jurídicas, cujos valores ultrapassam mais de R$ 3,5 milhões.