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O investigador Márcio André Molina Azevedo foi demitido como conclusão de processo administrativo da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), em decisão publicada nesta quinta-feira (22) no Diário Oficial do Estado.
Azevedo foi preso em flagrante durante a Operação Codicia, – que significa ganância – após ser flagrado com uma arma de fogo que alegou ter ‘pegado emprestada’ da 2ª Delegacia de Ponta Porã, cidade onde era lotado.
O investigador foi detido em flagrante no dia 25 de abril de 2022 por uma equipe do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).
No dia da operação, foram apreendidos com Márcio Molina uma pistola Taurus .40, um revólver, munições .50 e uma munição de fuzil.
Em pedido de liberdade na época, a defesa do policial alegou que ele teria pegado a arma ‘emprestada’ porque a dele não funcionava bem. Além disso, que ele pretendia devolver a pistola, assim que arrumasse a dele.
Além dele, outros investigadores também foram presos, até policiais aposentados e também o delegado Patrick Linares. A investigação do Gaeco apontou que, em dois meses, policiais receberam mais de R$ 47 mil no esquema que chamavam de ‘bônus’.
Interceptação telefônica
Segundo o relatório do Gaeco, em uma das conversas entre dois policiais presos na operação, um deles fala que Patrick Linares havia dito que não queria mais saber de se envolver em bronca, já que havia sido aprovado em um novo concurso público.
Ainda durante as investigações, foram identificados pelo Gaeco vários depósitos em espécie, que foram feitos na conta do delegado e de sua esposa: entre os anos de 2017 e 2019, foram feitos 18 depósitos, totalizando R$ 17.060, na conta bancária do delegado.
Já na conta da esposa do delegado, foram descobertos 190 depósitos que totalizaram o valor de R$ 214.597, com algum tipo de identificação — outros 86 créditos no valor total de R$ 89.980 não tinham identificação ou estavam precários.
Foram esses depósitos que chamaram atenção durante as investigações. Além disso, a esposa do delegado, que também é funcionária pública, não teria declarado outra atividade remunerada perante a Receita Federal, conforme foi mencionado pelo Ministério Público.
Ainda segundo o relatório, foram identificados indícios de que o recebimento das quantias pelos investigados sinalizavam o recebimento de valores de forma irregular, já que — como agentes públicos — a única fonte de renda conhecida viria do Estado, não se justificando o depósito de tantos valores sem origem aparente. O Gaeco ainda aponta que a conta bancária da esposa do delegado poderia estar sendo usada como ‘laranja’ no recebimento de propinas.