CGN/LD
O juiz especializado em crime organizado Gustavo Amarilla ratificou a prisão preventiva da capitã do Exército Josefina Cuevas Galeano, 35, ex-chefe da Divisão de Importação da Dimabel (Direção de Material Bélico), órgão do Estado paraguaio que controla o comércio de armas no país vizinho.
Josefina é investigada no âmbito da Operação Dakovo, deflagrada no dia 5 deste mês pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai e Polícia Federal brasileira para desmantelar esquema internacional de tráfico de armas.
Fuzis e pistolas eram importados legalmente de países do leste europeu pela empresa paraguaia IAS (Internacional Auto Suply). Depois, com ajuda de militares corruptos da Dimabel, as armas eram desviadas para facções brasileiras, principalmente Comando Vermelho e PCC (Primeiro Comando da Capital).
Cálculos da Senad e da PF revelam que ao menos 43 mil armas foram mandadas ilegalmente para o Brasil nos últimos três anos. O armamento entrava em território brasileiro via terrestre, pela Ponte da Amizade e pela fronteira seca com Mato Grosso do Sul.
Josefina Cuevas Galeano é um dos 13 cidadãos paraguaios com pedido de extradição para ser processada e julgada no Brasil. O pedido foi feito pela 2ª vara Federal da Bahia, onde as investigações começaram. Na lista também está o coronel do Exército paraguaio Bienvenido Santiago Fretes Gonzales, 52.
Ao avaliar a prisão da capitã, o juiz paraguaio citou a gravidade do caso e decidiu que Josefina vai continuar recolhida, “com fins de extradição”, no presídio militar de Viñas Cue. A defesa da capitã havia solicitado sua prisão domiciliar, alegando que ela tem filhos pequenos, de 1 e 9 anos. Entretanto Gustavo Amarilla acatou o parecer do Ministério Público, de manutenção da prisão preventiva, para garantir, futuramente, o cumprimento do pedido de extradição.