CGN/LD
Trabalho da Perícia Científica de Amambai apontou para a Polícia Civil o rastro de sangue deixado nos locais onde o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, levou tiros e foi esquartejado antes de ter partes do corpo atiradas no Rio Iguatemi. O crime que chocou Sete Quedas – cidade de 10 mil habitantes – aconteceu no dia 25 de junho. De lá para cá, a ex-namorada do jogador e o “ficante” dela foram presos, denunciados à Justiça e agora são réus pelo crime.
No processo, foram anexados os laudos periciais solicitados ao longo da investigação. Os testes com o luminol – substância que reage à presença de sangue, mesmo que a mancha não seja visível a olho nu – foram feitos no dia 4 de julho, nove dias após o assassinato. Mesmo assim, peritos conseguiram encontrar sangue em 29 pontos onde o reagente foi aplicado.
Só na casa de Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, a ex-namorada do jogador, presa por envolvimento na morte dele, havia sangue em 12 locais – no corredor onde Hugo teria levado tiro na nuca, na entrada da casa, na varanda, num sofá e até em um martelo encontrado no local.
Também foram detectadas várias manchas no sítio da família de Danilo Alves Vieira da Silva, 19, apontado como autor do tiro, onde, para a polícia, o corpo do jogador foi esquartejado.
Havia sangue ainda em dois veículos, o Fiat Strada de Rubia, usando para transportar o cadáver até a propriedade rural, e uma Toyota Hilux, que segundo a polícia teria sido usada por Danilo para carregar uma máquina serra-fita, usada para mutilar o cadáver.
Conforme peritos, o IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses de Campo Grande) testarão o material coletado na tentativa de encontrar compatibilidade com o DNA da vítima. Este laudo ainda não foi anexado aos autos.
Em solo policial – Acusado de assassinar Hugo Vinícius, Danilo Alves foi o último a ser preso, no dia 16 deste mês. Ele estava foragido e foi encontrado escondido em imóvel na cidade de Iguatemi, cidade a 100 km de Sete Quedas. Ele não nega participação no crime, mas informou à polícia que só dará sua versão sobre os fatos em juízo. Foi Rúbia Joice quem atribuiu a ele a autoria dos disparos que mataram o ex-namorado.
De acordo com o que foi divulgado pela investigação, que tramitou em sigilo, Hugo saiu de uma festa em posto de combustíveis em Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas, na madrugada do dia 25 de junho. Ele foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e até então, não havia sido mais visto. A família procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.
Uma denúncia anônima levou às buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas, então, a polícia chegou até “Maninho” – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo.
No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a polícia percebeu a premeditação do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.
Após se entregar à polícia, Rubia alegou que Hugo invadiu sua casa e Danilo atirou contra o ex durante a confusão. Depois, o “ficante” teria feito ameaças de morte a ela e a “Maninho” para que os dois ajudasse a encobrir o crime.
A moça também afirmou que Danilo e o amigo foram os responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria do veículo dela e se livrarem do cadáver. Disse que não sabia o que havia sido feito do corpo, muito menos do esquartejamento.
Na Justiça –O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou Rubia e Danilo por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e mediante emboscada. Para a acusação, ela atraiu o jogador até sua casa com a intenção de matá-lo. Os dois respondem também por ocultação de cadáver.
Cleiton Torres Vobeto, o “Maninho”, foi denunciado pela ocultação do corpo. Já Noemi Matos de Oliver e Patrick Eduardo do Nascimento, mãe e padrasto de Rubia, respondem por fraude processual, já que teriam ajudado o trio a encobrir vestígios do assassinato.