VERSÃO DE IMPRESSÃO
Polícia
17/01/2023 10:15:00
Mulher suspeita de organizar e financiar atos antidemocráticos se entrega à PF

FP/PCS

Apoiadores radicais de Jair Bolsonaro durante a mobilização que derivou no ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023

Uma mulher de 48 anos, suspeita de envolvimento em atos antidemocráticos, apresentou-se à delegacia da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes (RJ) na noite de segunda-feira (16).Durante a manhã de ontem, os agentes com mandados de prisão temporária no âmbito da Operação Ulysses não a localizaram. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Além da mulher, outras duas pessoas foram presas na operação. Um deles é o subtenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Roberto Henrique de Souza Júnior. O outro é o ativista Carlos Victor Carvalho, responsável por administrar perfis nas redes sociais que dão apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Desde o fim do ano passado, grupos que não aceitaram a vitória eleitoral do presidente Luís Inácio Lula da Silva realizaram bloqueios de rodovias e organizaram acampamentos em frente a edifícios do Exército em diversos estados do país para reivindicar uma intervenção militar.

O inconformismo com a não reeleição de Bolsonaro também resultou em um violento ataque em Brasília no dia 8 de janeiro, quando houve invasão e depredação de instalações do Palácio do Planalto e das sedes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como as investigações ocorrem em sigilo, a PF não especificou qual seria a participação de cada um dos presos nos atos antidemocráticos. A PF informou que a operação havia sido deflagrada para cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão temporária de lideranças que bloquearam rodovias na região e que participaram de ocupações em frente a quartéis do Exército.

Foram apreendidos celulares, computadores e documentos diversos. O nome dado a operação é uma homenagem a Ulysses Guimarães, deputado que presidiu a Assembleia Nacional responsável por aprovar a Constituição de 1988 e inaugurar uma nova ordem democrática após 21 anos de ditadura militar.

De acordo com a PF, os delitos investigados incluem associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.