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Polícia
16/12/2021 07:00:00
Na mira da fiscalização: MS aplicou 387 multas por transporte clandestino de passageiros em 2021

Midiamax/LD

A facilidade em pegar transporte alternativo que os novos aplicativos oferecem podem se tornar dor de cabeça ao passageiro. Isso porque certos transportes não são regulamentados e funcionam de forma clandestina em Mato Grosso do Sul. Somente em 2021, mais de 387 foram multados e outros 5 veículos transportando passageiros de forma ilegal foram apreendidos.

A Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) atua nas rodovias para fiscalizar esse tipo de transporte. Em 2021, já foram 5.162 veículos abordados, como vans e ônibus parados pela fiscalização - dados até novembro. O mês de maior fluxo foi em julho, quando houve 804 paradas.

Desse total, 337 receberam autos de infração por alguma irregularidades. Em maio foram lavrados 46 autos, ou seja, mais de um por dia. Mas a 'dor de cabeça' pode não ser só da empresa que faz esse tipo de transporte. Em casos que a infração impede a viagem de continuar e os passageiros precisam esperar outro veículos também acontecem: foram cinco vezes em agosto e duas em setembro.

Há ocasiões também em que o transporte chega a ser apreendido. Foram pelo menos cinco vezes neste ano em MS. Uma aconteceu em janeiro, duas em fevereiro e outras duas na terça-feira (14). Segundo a Agems, os dados de dezembro ainda não foram consolidados e o número de apreensões pode ser maior, já que dezembro é o mês que as pessoas mais viajam.

Na terça, os fiscais da agência aplicaram autos de infração e apreenderam dois ônibus irregulares a serviço das empresas Buser - reincidente na Agems - e da Beebus, nova empresa que também atua por aplicativo e de forma irregular.

Mas por que é irregular?

Segundo o diretor de Transportes, Rodovias e Portos, Matias Gonsales Soares, as empresas de ônibus não autorizadas ou que tenham permissão apenas para fazer fretamento não podem vender passagem individual e realizar viagens no modelo de linha regular, como é o caso da Buser.

Seja por meio de aplicativo, site ou bilheteria, a venda de passagens nas linhas intermunicipais só é permitida às operadoras devidamente autorizadas.

“O transporte de passageiros é um serviço público, feito sob supervisão do Estado, regulado e fiscalizado. A prática do serviço por transportador sem autorização é considerada clandestina, passível de multa e apreensão do veículo”, lembra Soares.

As fiscalizações da Agems são completas e os fiscais conferem toda a documentação durante as operações contínuas nas estradas e nos perímetros urbanos. O descumprimento das regras e o flagrante de infração resultam em multa, retenção e até mesmo apreensão do veículo clandestino.

Riscos

Uma pessoa que pega um transporte clandestino pode colocar em risco a própria vida, já que os veículos não passam por inspeção certificada pelos órgãos competentes e pode haver problemas não constatados.

O transportador não autorizado não se submete ao controle da regulação e não passa pelos processos de checagem e vistorias prévios, por isso não há garantia de cobertura em caso de acidente, de substituição de veículo quebrado, de integridade do condutor e todos os demais direitos assegurados na legislação.

Além disso, a viagem com transportador clandestino não garante ao passageiro qualquer direito que ele teria se utilizasse o serviço legalizado, seja como cliente de um serviço público, seja em relação aos benefícios oferecidos no momento da compra do bilhete ilegal.

“Nosso trabalho é fundamental para que a segurança e o bem-estar dos nossos usuários do transporte estejam em primeiro lugar. É como eu sempre digo, quanto vale uma vida? Uma vida não tem preço e estamos atuando firmes e fortes nas fiscalizações principalmente agora no fim de ano com o Natal e o Ano Novo”, destacou o diretor-presidente da Agems, Carlos Alberto de Assis.

A reportagem enviou pedido de posicionamento para a Buser, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. A empresa Beebus também foi procurada para se manifestar, mas a reportagem não conseguiu obter retorno. O espaço segue aberto para manifestação sobre o assunto.