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Polícia
20/09/2024 08:55:00
PF faz operação contra suspeitos de atear fogo a área da União para a criar gado
As investigações apontam que a área queimada em 2024 sofre incêndios recorrentes, e, posteriormente, é também alvo de grilagem.

G1MS/LD

Foto: CBMMS

A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (20) mandados de busca e apreensão contra suspeitos dos crimes de incêndio, desmatamento e exploração ilegal de terras da União na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Investigados são suspeitos de atear fogo a área da União para a criação de gado e causar dano de mais de R$ 220 milhões à área explorada.

A Polícia Federal não divulgou a identidade dos suspeitos. Segundo a corporação, os suspeitos são investigados pela ocupação irregular de uma área que já totaliza 6.419,72 hectares, e que é utilizada para pecuária. Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima-se a criação de mais de 7.200 animais em todo período investigado.

São sete mandados expedidos pela Justiça Federal de Corumbá na operação Prometeu, em conjunto com o Ibama e a Assistência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

"As investigações dos incêndios de 2024 apontam que a área queimada é alvo reiterado deste tipo de crime ambiental, e posteriormente alvo também de grilagem das áreas com a realização de fraudes junto aos órgãos governamentais", diz a PF.

De acordo com a PF, durante as investigações foi descoberto que uma área de mais de 6 mil hectares que pertence a União foi invadida e incendiada várias vezes, para ser utilizada na criação de gado. Ainda segundo as autoridades, foram encontrados mais de 2 mil animais, mas a estimativa é de que sete mil animais foram criados no local, nos últimos anos.

Conforme o superintendente da Polícia Federal em Corumbá, Carlos Henrique D’angelo, imagens de satélite mostram que a área queimada começou a ser danificada a partir de 2020.

"Em 2024 houve um incêndio nessa propriedade, o que chamou a atenção, durante investigação, imagens de satélite constataram que em 2020 a área era perfeita, intacta, e a partir daí ela começa a sofrer sucessivos incêndios. Durante rastreamento da área foi descoberto que a mesma se tratava de terras da união, que pertence ao governo federal. A “pessoa” em um só tempo comete o incêndio e a “grilagem” de terras públicas”, informou.

Os investigados devem responder pelos crimes de provocar incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa.