Luma Danielle Centurion
A Polícia Militar Ambiental (PMA) de Mato Grosso do Sul reforçou seu efetivo com a incorporação de 15 novos policiais, todos formados com especialização na área ambiental.
Esse novo contingente é fruto da recente formação de soldados da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), promovida pelo Governo do Estado. Os novos policiais passarão por um estágio prático em diversas áreas de atuação da PMA, com ênfase inicial nas operações do 1º Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), que abrange a Bacia do Pantanal e suas principais demandas de proteção e fiscalização ambiental.
Como parte desse processo de integração e capacitação, o novo efetivo será imediatamente envolvido nas operações em andamento, como a "Operação Bocaiuva" e a "Operação Mata Atlântica em Pé", ambas focadas no combate aos crimes ambientais.
Operações
A partir de hoje, 25 de setembro, os soldados recém-formados participarão das operações que serão realizadas em toda a área de atuação do 1º BPMA, que inclui os municípios da Bacia do Paraguai. O objetivo é coibir todos os tipos de ilícitos ambientais, com foco especial na interceptação de crimes relacionados ao tráfico de animais silvestres, transporte irregular de produtos florestais e desmatamento ilegal.
A dinâmica da operação contará com diversas barreiras móveis, que serão instaladas em rotas de alta circulação, incluindo estradas vicinais, frequentemente utilizadas para o transporte ilegal de espécies da fauna silvestre, extração irregular de madeira e outros recursos naturais. Durante a operação, as equipes da PMA realizarão vistorias em propriedades rurais, além de fiscalizações rigorosas nos veículos que transitam pelas barreiras, em busca de qualquer atividade que viole as leis ambientais.
A estratégia de barreiras móveis permite uma fiscalização mais dinâmica, aumentando a capacidade de monitoramento em diferentes regiões e dificultando a fuga de infratores. Essa abordagem é fundamental para combater crimes como o tráfico de animais silvestres, que se intensifica especialmente durante o período de reprodução das aves, quando filhotes são capturados para o comércio ilegal, afetando o ciclo reprodutivo de espécies ameaçadas.
Tecnologia
Além das barreiras móveis, outra ferramenta importante utilizada nas fiscalizações será o sensoriamento remoto, conduzido pelo Núcleo de Geoprocessamento da PMA. Essa tecnologia é voltada para a fiscalização e controle do desmatamento, com equipes especializadas realizando análises multitemporais para identificar áreas de desmatamento possivelmente ilegal. Essas análises direcionam as equipes terrestres para ações específicas.
Durante a operação, as equipes de fiscalização em terra são informadas em tempo real pelos dados obtidos via monitoramento remoto, o que subsidia as ações de vistoria nas áreas com possíveis ocorrências de degradação ambiental. Quando são detectados ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente nas esferas cível e criminal, além de serem submetidos a sanções administrativas relacionadas aos registros das propriedades rurais.
Operação Bocaiuva
A Operação Bocaiuva, iniciada no começo de agosto, visa intensificar o combate aos crimes ambientais, com foco no tráfico de animais silvestres e outros ilícitos ambientais. O destaque dessa ação é a interceptação de aves silvestres oriundas do tráfico ilegal, especialmente no atual período de reprodução, quando o número de espécimes capturados tende a aumentar, prejudicando o ciclo de vida de várias espécies.
Campo Grande, por sua localização estratégica no centro do estado, é uma rota frequentemente utilizada no tráfico de animais, especialmente em rotas vindas da Bolívia. A cidade já foi cenário de várias apreensões de animais silvestres, e a PMA segue vigilante para combater essa prática criminosa que compromete não apenas a biodiversidade, mas também o equilíbrio dos ecossistemas.
Operação Mata Atlântica em Pé
A Operação Mata Atlântica em Pé, desencadeada no dia 16 de setembro, é a maior operação de combate ao desmatamento do bioma Mata Atlântica em todo o país. As ações de fiscalização ocorrem simultaneamente em 17 estados, incluindo Mato Grosso do Sul, e prosseguem até o dia 27 de setembro, quando serão contabilizadas as áreas desmatadas e as infrações identificadas.
A operação também envolve a fiscalização de transportes irregulares de madeira, carvão, agrotóxicos e outros produtos que possam causar impactos ambientais. Com o reforço de seus novos integrantes, a PMA intensifica sua presença em áreas sensíveis, assegurando que a legislação ambiental seja rigorosamente cumprida.
Essas ações fazem parte de um esforço contínuo da PMA para proteger o meio ambiente, garantir a preservação das espécies e dos recursos naturais que compõem a rica biodiversidade de Mato Grosso do Sul.