Midiamax/LD
A Operação Dark Money, contra corrupção em Maracaju, apreendeu eletrônicos, celulares, computadores, documentos, 10 veículos e R$ 252 mil entre cheques e dinheiro em espécie. Armas e joias também foram apreendidas e 6 pessoas foram detidas mediante cumprimento de mandado, estando foragido o ex-prefeito da cidade, Maurilio Ferreira Azambuja.
Segundo a delegada do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Ana Cláudia Medina, foi apreendido também um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie.
Os seis mandados de prisão temporária foram cumpridos, conforme apurado pelo Midiamax contra o ex-secretário de finanças do município, Lenilson Carvalho Antunes, além de Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de administração, Iasmin Cristaldo Cardoso, que atuou como diretora do Departamento de Tesouraria, Pedro Emerson Amaral Pinto – empresário dono da Tapeçaria Lobo e Fernando Martinelli Sartori, que atuou como assessor especial de gabinete.
Martinelli mantém ainda ao menos um contrato de R$ 60 mil com a Prefeitura para sublocação de parte da Fazenda Serrinha. Ainda foi preso Moisés Freitas Victor e apenas o mandado contra o ex-prefeito Maurilio não foi cumprido. Equipes seguem em buscas pelo acusado, que não estava nem na casa, nem na fazenda.
Todos os presos já foram submetidos ao exame de corpo de delito e também à audiência de custódia, realizada pelo juiz da 1ª Vara de Maracaju. Eles serão transferidos para Campo Grande.
Operação Dark Money
A ação mira servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia.
Ainda conforme o Dracco, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.
A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos.
Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas.
Foram encontrados alvos no Paraná. Um deles acabou localizado e preso em um hotel. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná.