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Integrante do PCC, maior organização criminosa do Brasil, Elvis Riola Andrade, conhecido como Cantor, foi libertado por força de decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), assim que levado para São Paulo, ontem, quinta-feira (11) à noite. Ele tinha sido capturado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, na quarta, levado até Corumbá, depois Campo Grande, e, em seguida, removido para São Paulo, onde foi solto. Cantor já foi diretor da escola de samba Gaviões da Fiel, torcida corintiana.
Cantor, dono de extensa ficha policial, havia sido preso na cidade de Santa Cruz de La Sierra, após "processo de inteligência e investigação" da polícia da Bolívia com as autoridades do Brasil, para evitar que ele "atuasse em conluio com o crime boliviano", disse o ministro de Governo do pais vizinho, Eduardo Castillo, conforme noticiado pelo portal UOL.
“Não permitiremos que criminosos com antecedentes no exterior venham perturbar a paz do povo boliviano. Este sujeito é um perigoso criminoso fugitivo da Justiça no Brasil e membro do PCC”, informou por meio de suas redes sociais, Castillo.
Na quarta-feira, depois da prisão, em território boliviano, no mesmo dia, Cantor foi entregue à polícia sul-mato-grossense.
Cantor foi apontado pela polícia como um dos criminosos que participaram dos ataques do PCC na cidade de São Paulo em 2006. Foi, ainda, acusado de matar a tiros Denílson Jerônimo, agente do CRP (Centro de Reabilitação Penitenciária) de Presidente Bernardes, no interior, em 2009. A execução do agente teria sido encomendada pelo PCC.
Ele era considerado foragido — e, por isso, foi preso na Bolívia. Mas acabou solto porque, agora, não há mandado de prisão em vigor contra ele.
11 anos e oito meses de prisão
O criminoso foi condenado a 15 anos de prisão. Porém, como permaneceu preso durante 11 anos e oito meses, a defesa dele recorreu e o STJ relaxou a prisão preventiva. Cantor ficou atrás das grades até 2021.
O Ministério Público do Estado de São Paulo recorreu e o relaxamento da prisão preventiva foi revogado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que mandou prendê-lo e aumentou a pena do réu em mais um ano.
Eliseu Minichillo, advogado de Elvis Riola de Andrade, conforme noticiou UOL, afirmou que, em 18 de dezembro, o STJ cassou a decisão do TJ. A decisão foi da ministra Daniela Teixeira.
Eliseu Minichillo, segue o portal, acrescentou que o STJ mandou expedir um contramandado de prisão em favor do cliente. Como não havia nenhuma ordem para prendê-lo em São Paulo, Cantor acabou solto.
Já o promotor Lincoln Gakiya disse ontem que a Procuradoria-Geral de Justiça entrou com pedido de reconsideração para mandar prender Cantor de novo, mas o STJ indeferiu o pedido e manteve a decisão da ministra Daniela Teixeira.