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Polícia
04/10/2023 10:48:00
Polícia Civil atribui responsabilidade da queda de avião que matou cantora aos pilotos
Acidente aéreo ocorreu em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, região Leste de Minas Gerais. Além da cantora, outras quatro pessoas morreram, incluindo os pilotos.

G1/LD

A Polícia Civil de Minas Gerais atribuiu a responsabilidade da queda de avião que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas aos pilotos da aeronave, que estavam entre as vítimas. Como os responsabilizados não sobreviveram e não poderão ser punidos, o caso foi arquivado.

A informação foi incluída na conclusão do inquérito sobre o acidente aéreo, que foi apresentada nesta quarta-feira (4). A aeronave caiu em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, região Leste de MG.

De acordo com o delegado de Caratinga, Ivan Lopes, a investigação constatou que houve negligência e imprudência por parte do piloto, Geraldo Medeiros, e do copiloto, Tarciso Viana.

Lopes informou que, antes do acidente, não foi feito contato com outros profissionais para a realização do pouso no aeródromo, que era desconhecido pelos pilotos. Este tipo de contato é a conduta comum nesse tipo de procedimento.

A polícia considerou ter havido homicídio culposo (quando não há intenção de matar) triplamente qualificado por parte do piloto e do copiloto, com a extinção da punibilidade devido à morte dos dois tripulantes.

Segundo o delegado, a investigação descartou várias outras possibilidade, como falha mecânica, mal súbito ou até mesmo um possível atentado.

Cenipa já havia descartado falha mecânica

Em maio deste ano, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, já havia apresentado um relatório em que descartava falha mecânica e apontava que uma "avaliação inadequada" do piloto contribuiu para o acidente. O delegado explicou à época que não cabe ao Cenipa apontar a autoria, mas, sim, colaborar na prevenção de novos acidentes.

De acordo com o relatório do Cenipa, os cabos de alta tensão estavam abaixo da linha de visão dos pilotos já que, no momento do impacto, a atenção deles estava direcionada para a pista de pouso. Também segundo o documento, os equipamentos de energia tinham baixo contraste com a vegetação do entorno, reduzindo a percepção a grandes distâncias.

No entanto, conforme as investigações, não havia necessidade de sinalização da estrutura, uma vez que a linha de transmissão estava fora da zona de proteção do aeródromo e das superfícies de aproximação ou decolagem e tinha altura inferior a 150 metros – 38,5 metros. Por isso, segundo o Cenipa, "não representava um efeito adverso à segurança".

Mesmo assim, no dia 1º de setembro, a Cemig, que é a companhia de energia de Minas Gerais, instalou uma esfera de sinalização no cabo de uma torre de distribuição da empresa, onde o avião bimotor caiu.

A instalação da esfera foi uma recomendação, em caráter excepcional, da Cenipa e do Comando Aéreo. De acordo com a Cemig, a recomendação foi atendida mesmo sem que houvesse "um fundamento legal e técnico, conforme reconhecido pelas duas instituições".

O acidente

No dia 5 de novembro de 2021, a aeronave que transportava a equipe de Marília Mendonça caiu em Piedade de Caratinga.

O avião estava em situação regular e tinha autorização para fazer táxi aéreo. A aeronave decolou do Aeródromo Santa Genoveva, em Goiânia (GO), às 16h02min. O grupo voava em direção à cidade de Caratinga, onde a artista faria um show naquela noite.

Além de Marília Mendonça, morreram no acidente o piloto Geraldo Medeiros, o copiloto Tarciso Viana, o produtor Henrique Ribeiro e o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho. De acordo com a Polícia Civil, todos foram vítimas de politraumatismo contuso.