CGN/LD
Agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogras) cumpriram, no início da noite desta quinta-feira (18), mandado de busca e apreensão na empresa responsável pelo contêiner apreendido com 4.013 quilos de cocaína entre fardos de açúcar. A carga, interceptada no Paraguai, teria a Bélgica como destino final.
De acordo com a nota enviada à imprensa, os policiais paraguaios estiveram nos escritórios de operação da Chokukue S.A. nas cidades de Assunção, Limpio e Areguá. Na capital, evidências foram coletadas. Já um armazém vazio foi encontrado em Limpio. Por fim, um funcionário da transportadora foi preso. A identidade do homem não foi revelada, a pedido da Operação Doçura.
"Foram coletadas provas físicas, documentais e tecnológicas que serão úteis para o processo investigativo. As operações ocorreram no âmbito do monitoramento do circuito logístico de transporte de cargas ilícitas", discorreu o texto.
Entenda o caso
Na sexta-feira (12), quatro contêineres da empresa Chokukue, aparentemente carregados com açúcar, foram levados de caminhão ao Porto Caacupemí, nos arredores do Rio Paraguai. O carregamento seria embarcado em navio na segunda-feira (15), com destino ao porto de Antuérpia, na Bélgica.
Entretanto, o esquema já vinha sendo monitorado pela Senad e na segunda-feira de manhã, com ajuda de cães farejadores, os agentes encontraram a cocaína dentro dos fardos de açúcar em um dos contêineres. O trabalho de vistoria nos outros três durou o dia todo ontem e foi retomado hoje, mas até agora a secretaria paraguaia não informou se havia mais drogas.
Na noite desta terça-feira (16), um dos motoristas que levaram a carga ao porto, Juan de La Cruz Galeano Mieres, 39, foi preso em Luque, na região metropolitana de Asunción. Em 2015, ele havia sido preso na Argentina com 121 quilos de maconha no carro em que viajava com a família.
Em entrevista, o ministro-chefe da Senad, Jalil Rachid, não quis revelar detalhes das investigações, se limitando a informar que a carga está ligada ao crime organizado. Perguntado se as facções brasileiras Comando Vermelho e PCC (Primeiro Comando da Capital) – com forte atuação em território paraguaio – estariam por trás do carregamento recorde, Rachid disse que a estrutura tem vários componentes, estrangeiros e paraguaios.
Há forte suspeita de envolvimento de facções brasileiras, especialmente o PCC, que usa o Paraguai como entreposto da cocaína trazida da Bolívia e do Peru e destinada à Europa.