CE/LD
Autoridades policiais que atuam na região de fronteira do Brasil com a Bolívia, em ambos os países, desencadearam ações nesta semana para tentar impedir o avanço do tráfico transnacional na região.
Até o ano passado, a cocaína vinha sendo o principal entorpecente apreendido nesse território, porém agora em 2024 a maconha também passou a ser transportada pelos criminosos.
Além de pessoas cooptadas para levar entorpecente preso ao corpo ou no estômago, as polícias também identificaram que ambulâncias passaram a ser usadas para tentar driblar a fiscalização.
Do lado brasileiro, as Polícias Federal, Civil e Militar vêm monitorando traficantes que estão agindo a partir de Corumbá para levar tanto maconha, como cocaína para Campo Grande e também distribuir para outros estados. Nos bairros Aeroporto e Popular Velha, que ficam na região alta da Capital do Pantanal, estariam os principais pontos dos criminosos para agir no Brasil.
Uma operação, chamada Rota Limpa, foi desencadeada nesta quinta-feira pelas forças de segurança para cumprir seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Corumbá.
Houve buscas tanto em Corumbá, como em Campo Grande, e um dos principais resultados desse trabalho investigativo foi a localização de um grande volume de mídias digitais nos endereços vistoriados.
Esse material pode contribuir para reunir provas e detalhar como vem funcionando o esquema na cidade.
Além dos arquivos digitais, os policiais também apreenderam R$ 3 mil em espécie e um simulacro de arma de fogo.
Por conta do nível de sigilo que a operação ocorreu nesta quinta-feira, as polícias não detalharam se houve prisões.
O que já se averiguou é que esses criminosos usavam ambulâncias a partir de Corumbá para levar droga escondida. Porém, não houve detalhamento se os bandidos cooptaram viaturas que fazem atendimento pelo SUS ou veículos particulares.
Uma outra constatação foi que os ônibus de viagem, alguns detalhes sem autorização, que saem de Corumbá com destino a São Paulo vinham sendo utilizados. Os traficantes contratam passageiros para levar a droga na bagagem ou no corpo.
APREENSÕES
Em número de apreensões entre abril e começo de julho deste ano, já foram encontrados mais de 120 kg de maconha (incluindo skank – a chamada supermaconha) e outros mais de 45 kg de cocaína em situações semelhantes à investigação ligada a esses criminosos que foram alvo da operação.
Essas apreensões foram feitas durante ações da Polícia Rodoviária Federal, Exército, Receita Federal e Polícia Militar.
“As investigações apontam que o grupo realizava o transporte de cocaína e maconha da cidade de Corumbá para diversos estados do Brasil, valendo-se de ambulâncias, ônibus e ‘mulas’.
As operações conjuntas prosseguem e novas ações podem ser deflagradas a qualquer momento para assegurar a repressão ao tráfico de drogas e punição dos seus responsáveis, reforçando o compromisso e integração desses órgãos na segurança da região de fronteira”, divulgou a Polícia Federal, em nota.
Do lado boliviano, a Força Especial e Luta contra o Narcotráfico (Felcn) intensificou ações operativas em diferentes partes da Bolívia e na região de Puerto Quijarro, perto de Corumbá, encontrou maconha escondida em veículo e com mulas.
A principal suspeita é que o entorpecente seria trazido para o Brasil. Na segunda-feira (12), 63 kg foram encontrados em veículo. Houve também fiscalização em ônibus e uma mulher foi presa com 6 kg de maconha. A Felcn intensificou as fiscalizações há 14 dias e deve permanecer com as ações até o final de agosto.
Saiba
Na Bolívia, a Força Especial e Luta contra o Narcotráfico (Felcn) intensificou ações operativas em diferentes partes da Bolívia e na região de Puerto Quijarro, perto de Corumbá, encontrou maconha escondida em veículo e com mulas. A principal suspeita é que o entorpecente seria trazido para o Brasil.