\n A Polícia Federal prendeu na madrugada de hoje o presidente do Conselho \n Administrativo da Smar Equipamentos Industriais, Edmundo Rocha Godini.\n \n Ele é suspeito de praticar crimes de natureza tributária e financeira \n como sonegação fiscal, descaminho, evasão de divisas e lavagem de \n dinheiro. A estimativa da Receita Federal é de prejuízo de R$ 1,6 bilhão\n aos cofres públicos.\n \n Outras sete pessoas estão sendo procuradas pela polícia dentro e fora do\n país, entre elas integrantes da empresa e fiscais da Receita Federal.\n \n A reportagem não conseguiu contato hoje com os diretores da companhia ou\n representantes nomeados. Na sede da empresa, ninguém falou.\n \n Com sede em Sertãozinho (333 km de São Paulo), a Smar é investigada pela\n Receita Federal e Ministério Público Federal desde 2009. A operação da \n PF foi batizada de "Califórnia Brasileira".\n \n Na internet, a empresa se descreve como líder em automação industrial e a\n empresa brasileira que mais detém patentes nos Estados Unidos, com \n subsidiárias em 13 países.\n \n Com um quadro de 700 funcionários, de acordo com a Procuradoria, fabrica\n equipamentos de automação de alta tecnologia, que são vendidos no \n Brasil e também exportados a outros 77 países.\n \n "Este grupo comete crimes desde 1984. A ficha deles é um passeio pelo código penal", afirmou o delegado Paulo Vibrio.\n \n Segundo ele, o grupo criou outras 30 empresas no país e no exterior, por\n meio das quais realizada lavagem de dinheiro, evasão de divisas e \n também ocultava os nomes dos reais proprietários.\n \n "Não se trata de uma simples inadimplência fiscal e sim, de fraude \n tributária para ter caixa e domínio do mercado", disse o procurador \n Uendel Domingues Ugatti.\n \n Segundo ele, o grupo subornava auditores da Receita Federal em \n aeroportos de São Paulo para subfaturar, em até 50%, as importações.\n \n "Há e-mails entre eles que comprovam as liberações dos pagamentos aos agentes públicos", afirmou Ugatti.\n \n Chefe \n \n Godini é considerado o "cabeça" da quadrilha, de acordo com o delegado \n Lindinalvo Alexandrino de Almeida Filho. Ele foi preso em sua casa, no \n Jardim Recreio, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).\n \n Em 2005, enquanto era diretor da empresa, a Justiça já havia expedido um\n mandado de prisão preventiva contra ele e outros cinco envolvidos num \n mesmo esquema de fraude.\n \n "Há história de prática criminosa por trás do sucesso desta empresa. Não\n é fácil o combate ao crime do colarinho branco, mas todos serão \n presos", afirmou o procurador.