A Polícia Federal e o MPE (Ministério Público Estadual) investigam \n uma rede de servidores públicos municipais que fraudavam a folha de \n pagamento da Prefeitura de Corumbá. Estima-se que o prejuízo aos cofres \n públicos fique em torno de R$ 5 milhões.Denominada “Operação \n Cornucópia”, a investigação apura a fraude nos empréstimos consignados \n feitos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil, conforme o \n Diarioline. Eles elevavam a margem consignável para a contratação de \n empréstimos por servidores.De acordo com a PF, após liberados os \n recursos pelos bancos, os valores eram sacados integralmente e tinham de\n ser repassados aos organizadores do esquema. As apurações iniciais dão \n conta que os empréstimos consignados eram todos pagos com verba pública \n não devida aos funcionários, e que teriam o envolvimento de cerca de 100\n pessoas. A fraude ocorreu entre 2007 e 2012.“A fraude consistia \n na seguinte situação: o servidor era cooptado pelo grupo. Aceitando, \n receberia uma gratificação para pagar aquele empréstimo que ele tomaria.\n Ao ser depositado o empréstimo, ele sacava em dinheiro e em alguns \n casos entregava todo o dinheiro na mão do grupo, ou ficava com uma parte\n e entregava a outra ou fazia pagamentos a pessoas e empresas com a \n parte consignada”, explicou o delegado chefe da Polícia Federal em \n Corumbá, Alexandre do Nascimento.A operação realizada na sede do \n Executivo Municipal apreendeu documentos e pendrives para análise \n pericial. “Os empréstimos variavam muito. Tem caso de servidores que \n pagavam prestações de mais de R$ 8 mil reais. Há servidor que pegou mais\n de R$ 300 mil e tinha como desconto mais de R$ 8 mil mensais”, \n complementou.De acordo com o promotor Luciano Anechini Lara \n Leite, em entrevista ao Diarionline, o aumento da margem do consignado \n era fictícia. O principal suspeito de coordenar o esquema é Wilson \n Roberto Fernandes, que teve a prisão temporária decretada pelo período \n de cinco dias. Ele foi gerente de Recursos Humanos da Prefeitura, na \n administração do ex-prefeito Ruiter Cunha de Oliveira.As \n investigações de mais de um ano da Polícia Federal apontaram para a \n participação de médicos, dentistas, secretários municipais, procuradores\n do município e servidores comissionados e efetivos. “Há indícios de \n formação de quadrilha, de peculato, inserção de dados falsos no sistema \n de informação da Prefeitura, falsidade ideológica, falsificação de \n documentos públicos, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro”, \n disse o delegado da Polícia Federal.