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A 1ª Delegacia de Polícia Civil vai ouvir outros pacientes da Santa Casa que passaram por sessões de quimioterapia na mesma semana em que três pacientes morreram após passar pelo tratamento. De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelas investigações, a idosa Margarida Isabel de Oliveira, que também passou pelas sessões e apresentou graves reações, será ouvida.
As investigações começaram após as mortes das pacientes da quimioterapia da Santa Casa Carmen Insfran Bernard, de 48 anos, no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, de 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no dia 12 de julho. Elas receberam a medicação entre os dias 23 e 28 de junho.
Além dos depoimentos de médicos, da técnica de enfermagem e de farmacêuticos que trabalhavam no setor de quimioterapia, foi realizada a exumação dos corpos para análises periciais e também a reprodução simulada do processo realizado pelo farmacêutico responsável pela infusão do medicamento nas pacientes.
Segundo a delegada, a reprodução simulada teve como objetivo confirmar possibilidades levantadas durante a investigação, verificar se a manipulação era passível de erro, além das divergências dos livros de registro.
O laudo ainda não foi entregue à delegada e é uma peça auxiliar na investigação, e não, determinante para apontar falha humana como causa das mortes. “O laudo é importante para demonstrar todo o processo de manipulação. Porém, ele não tem condições de indicar a autoria”, explica.
Conforme a autoridade policial ainda deve prestar depoimento à polícia uma médica e as técnicas de enfermagem.
Investigações
No início das investigações, a delegada ouviu os depoimentos dos médicos José Maria Ascenço e Henrique Guesser Ascenço, responsáveis pela clínica que realizava a manipulação da fórmula aplicada nos pacientes em tratamento da quimioterapia na Santa Casa. Também foram ouvidas uma farmacêutica e uma enfermeira, que por vezes, também realizava manipulação das fórmulas.
Posteriormente, prestou depoimento o farmacêutico Raphael Castro Fernandes, que a manipulação dos medicamentos aplicados nas pacientes e o também farmacêutico Marcelo Konorat, que trabalhou por 12 anos na empresa de quimioterapia que prestava serviço à Santa Casa.
A polícia também investiga a morte de Adolfo Coelho de Souza, de 82 anos, que passava por tratamento na Santa Casa. Possivelmente, a morte dele foi causada por uma superdosagem de medicamentos. A polícia já apurou que foi aplicada no idoso, em duas horas, a medicação para cinco dias de tratamento.