Polícia
15/07/2014 09:00:00
Policiais extorquiam dinheiro de traficantes, aponta polícia de SP
Operação do Deic terminou com 40 detidos entre sábado e segunda. Denúncias contra agentes serão encaminhadas para corregedorias.
G1/PCS
Investigação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic)\n aponta que policiais civis e militares extorquem dinheiro de traficantes em São\n Paulo. A descoberta é um dos resultados de operação realizada entre sábado e\n segunda-feira (14) contra facção criminosa que age a partir dos presídios de\n São Paulo.\n \n A operação terminou com a prisão de 40 suspeitos de tráfico, apreensão de\n carros de luxo, drogas e dinheiro. Não há nenhum policial entre os detidos na\n ação, batizada de Bate-bola em referência à maneira como são chamadas as\n trocas de mensagens entre os chefes da facção. A extorsão praticada pelos\n policiais será agora avaliada pela corregedoria.\n \n Segundo o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais\n (Deic), Wagner Giudice, a apuração indica que policiais não facilitavam a\n operação da quadrilha, mas recolhiam dinheiro dos criminosos ao passar nos\n pontos de venda de droga.\n \n "Eles não fazem parte do esquema. O policial, do que coletamos, passa\n na biqueira e arrecada dinheiro. Não sabemos ainda quantos são, vai demandar\n outras quebras de sigilo", afirma Giudice.\n \n O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, afirmou que\n recebeu as denúncias e que irá repassar às Corregedorias da PM e da Polícia\n Civil.\n \n "Nem uma nem outra tiveram, até agora, conhecimento de prova. Estarei\n fazendo o encaminhamento [das denúncias] agora à tarde", disse Grella.\n \n Balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) aponta que\n foram apreendidos R$ 120.973 em espécie, 102 kg de cocaína, 40 kg de maconha,\n 300 frascos lança-perfume e munições. "Foi um grande golpe na organização\n criminosa. Não resolve, mas é um resultado altamente positivo", disse\n Grella.\n \n Ao todo, 31 carros, sendo cinco de luxo, e duas motos foram apreendidos na\n ação. Quatro veículos foram levados na segunda para o Departamento de\n Investigações Criminais (Deic). Segundo as investigações, eles pertencem a um\n dos presos. Um dos carros está avaliado em cerca de R$ 400 mil.\n \n Armas apreendidas
\n A polícia também encontrou com o grupo um fuzil, uma submetralhadora, quatro\n pistolas, celulares, computadores e documentos com informações sobre a facção.\n Os dados apontam que a droga vinha da Bolívia e do Paraguai e era levada para\n um esconderijo em Cidade Tiradentes, no extremo da Zona Leste. De lá, a carga\n era transportada a um centro de distribuição na Zona Sul, onde os traficantes\n se abasteciam para revendê-la em pontos espalhados pela cidade.\n \n Segundo a polícia, a organização criminosa estipulava metas de vendas para\n cada traficante e chegava a movimentar R$ 5 milhões por mês. Boa parte dos\n documentos apreendidos estava com um preso que é considerado uma espécie de\n diretor operacional da quadrilha e um elo importante com o comando da facção\n nos presídios. Os registros mostram também indícios de pagamento de\n propinanbsp; a policiais civis e militares.\n \n A Interpol foi acionada para prender outros dois integrantes da quadrilha\n que estão fora do país. Um no Paraguai e outro nos EUA. As prisões ocorreram na\n Zona Leste e Zona Sul da capital e nas cidades de Suzano e Guarulhos, na Grande\n São Paulo.\n \n Os alvos são traficantes, assaltantes e contadores ligados ao crime\n organizado. A polícia tenta identificar os bens para pedir o bloqueio deles\n pela Justiça. As investigações apontam que o dinheiro do tráfico é investido em\n postos de gasolina, supermercados, fazendas e lojas de carro.\n \n Marcola continua como chefe
\n Segundo o delegado Rui Ferraz Fontes, do Deic, Marco Willians Herbas Camacho, o\n Marcola, ainda é o chefe máximo da organização. "A conclusão que se chega\n a partir dos dados obtidos é que sim." Além de Marcola, são investigados\n outros supostos lideres, como Rogério Geremias de Simone, o GG do Mangue, e\n Edilson Borges Nogueira, o Birosca. Os dois estão presos em Presidente\n Venceslau.\n \n Também são investigados Fabiano Alves Souza, o Paca, que está foragido no\n Paraguai, e Wilson José Lima de Oliveira, que se agregou nos Estados Unidos a\n um grupo desconhecido pela polícia brasileira.\n \n Segundo o Deic, Oliveira mantém lá pontos próprios de venda da droga, e os\n outros da facção. "Ele está vivendo do lucro da venda da cocaína em São\n Paulo, lá nos EUA, abrigado por alguém que nós desconhecemos. As informações já\n foram passadas para a polícia dos EUA, e talvez tenhamos essa resposta em\n breve", disse Fontes.\n \n Sobre a atuação de Marcola de dentro do presidio, o promotor Lafaete Ramos\n disse que o problema é de ordem legal. Nós não temos um instrumento legal,\n eficiente, para estancar isso. Não é nem responsabilidade de chefe de estado.\n Isso está na mão do judiciário", disse.\n \n "O RDD é uma medida que será decidida pelo poder judiciário. O MP irá\n batalhará por isso", completou Ramos, citando o temido Regime Disciplinar\n Diferenciado. Quando o preso é colocado no RDD, fica dentro de uma cela\n individual 22 horas por dia, sem direito a noticiário, visitas íntimas e com\n apenas duas horas diárias de banho de sol. Marcola já esteve internado outras\n vezes no isolamento.\n \n Sobre a mudança de Marcola para o RDD, o secretário da Segurança disse que\n pretende se reunir com representantes da pasta da Administração Penitenciária\n (SAP) para fazer o pedido à Justiça. "Estou aguardando a vinda de\n documentos para nós analisarmos essas provas [contra Marcola]."\n \n \n
\n A polícia também encontrou com o grupo um fuzil, uma submetralhadora, quatro\n pistolas, celulares, computadores e documentos com informações sobre a facção.\n Os dados apontam que a droga vinha da Bolívia e do Paraguai e era levada para\n um esconderijo em Cidade Tiradentes, no extremo da Zona Leste. De lá, a carga\n era transportada a um centro de distribuição na Zona Sul, onde os traficantes\n se abasteciam para revendê-la em pontos espalhados pela cidade.\n \n Segundo a polícia, a organização criminosa estipulava metas de vendas para\n cada traficante e chegava a movimentar R$ 5 milhões por mês. Boa parte dos\n documentos apreendidos estava com um preso que é considerado uma espécie de\n diretor operacional da quadrilha e um elo importante com o comando da facção\n nos presídios. Os registros mostram também indícios de pagamento de\n propinanbsp; a policiais civis e militares.\n \n A Interpol foi acionada para prender outros dois integrantes da quadrilha\n que estão fora do país. Um no Paraguai e outro nos EUA. As prisões ocorreram na\n Zona Leste e Zona Sul da capital e nas cidades de Suzano e Guarulhos, na Grande\n São Paulo.\n \n Os alvos são traficantes, assaltantes e contadores ligados ao crime\n organizado. A polícia tenta identificar os bens para pedir o bloqueio deles\n pela Justiça. As investigações apontam que o dinheiro do tráfico é investido em\n postos de gasolina, supermercados, fazendas e lojas de carro.\n \n Marcola continua como chefe
\n Segundo o delegado Rui Ferraz Fontes, do Deic, Marco Willians Herbas Camacho, o\n Marcola, ainda é o chefe máximo da organização. "A conclusão que se chega\n a partir dos dados obtidos é que sim." Além de Marcola, são investigados\n outros supostos lideres, como Rogério Geremias de Simone, o GG do Mangue, e\n Edilson Borges Nogueira, o Birosca. Os dois estão presos em Presidente\n Venceslau.\n \n Também são investigados Fabiano Alves Souza, o Paca, que está foragido no\n Paraguai, e Wilson José Lima de Oliveira, que se agregou nos Estados Unidos a\n um grupo desconhecido pela polícia brasileira.\n \n Segundo o Deic, Oliveira mantém lá pontos próprios de venda da droga, e os\n outros da facção. "Ele está vivendo do lucro da venda da cocaína em São\n Paulo, lá nos EUA, abrigado por alguém que nós desconhecemos. As informações já\n foram passadas para a polícia dos EUA, e talvez tenhamos essa resposta em\n breve", disse Fontes.\n \n Sobre a atuação de Marcola de dentro do presidio, o promotor Lafaete Ramos\n disse que o problema é de ordem legal. Nós não temos um instrumento legal,\n eficiente, para estancar isso. Não é nem responsabilidade de chefe de estado.\n Isso está na mão do judiciário", disse.\n \n "O RDD é uma medida que será decidida pelo poder judiciário. O MP irá\n batalhará por isso", completou Ramos, citando o temido Regime Disciplinar\n Diferenciado. Quando o preso é colocado no RDD, fica dentro de uma cela\n individual 22 horas por dia, sem direito a noticiário, visitas íntimas e com\n apenas duas horas diárias de banho de sol. Marcola já esteve internado outras\n vezes no isolamento.\n \n Sobre a mudança de Marcola para o RDD, o secretário da Segurança disse que\n pretende se reunir com representantes da pasta da Administração Penitenciária\n (SAP) para fazer o pedido à Justiça. "Estou aguardando a vinda de\n documentos para nós analisarmos essas provas [contra Marcola]."\n \n \n