Midiamax/LD
O policial civil de 41 anos, preso em flagrante nesta semana por estuprar uma detenta de 28 anos na delegacia, ao menos duas vezes – segundo relato da vítima – já respondia pelo mesmo crime. Na ficha do investigador, que assumiu cargo em 2014 conforme publicação do Diário Oficial, já constava o crime de estupro desde 2012.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o servidor público tem no histórico de ocorrências uma autoria de estupro, datada de 28 de maio de 2012. Concursado, ele foi nomeado para ingressar na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em 2014, conforme publicação do Diário Oficial do Estado.
O processo tramita em sigilo, bem como o registro da ocorrência. O caso que resultou na prisão em flagrante do agente também está sob sigilo.
Estuprou mulher na delegacia
O policial civil é acusado de retirar a mulher da cela da delegacia em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, e a estuprar na Sala Lilás, destinada para atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica. Câmeras da delegacia registraram o momento em que o investigador retira a interna da cela e também quando ele entrega um celular para outros presos.
A princípio, o policial teria entregado o celular para tentar silenciar os detentos. O crime foi descoberto na manhã de terça-feira (12), quando o caso foi registrado e o investigador preso. Os presos teriam solicitado a presença da delegada e, então, relatado os fatos.
Os internos contaram que ouviram a vítima chorando na noite anterior. Foi então que a mulher revelou para os internos que foi estuprada pelo policial. Os detentos ainda teriam questionado o investigador, porém ele respondeu que nada tinha acontecido.
Policial tentou omitir o crime
A princípio, o servidor alegou que a presa estava menstruada e por isso teria retirado a vítima da cela. No entanto, a delegada conversou com a vítima, que contou o ocorrido. Segundo relato da mulher, o investigador foi até a cela dizendo que o advogado dela estava no local para conversar.
A detenta foi retirada da carceragem e levada até uma sala, com sofá cinza. Na sala havia brinquedos de crianças espalhados pelo chão, local identificado depois como a 'Sala Lilás' da delegacia. O investigador obrigou a vítima a manter relação sexual sem consentimento.
A vítima ficou bastante abalada e teria contado sobre o caso chorando. Ela ainda foi ouvida em novo depoimento e contou que já no dia 4 de abril o mesmo policial civil a levou para um quarto, onde havia uma bicama e um banheiro. Ela também foi estuprada pelo mesmo investigador naquela ocasião.
Após o crime, a mulher foi obrigada a tomar banho. O policial também ameaçou a vítima naquela ocasião, dizendo que iria atrás dela “até no inferno”, caso ela contasse sobre os estupros para alguém. As filmagens mostram o momento em que a vítima foi retirada da cela na segunda-feira, e que retorna aproximadamente 20 minutos depois.
O celular foi entregue pelo policial aos presos por volta das 19h30. A interna que dividia cela com a vítima foi ouvida como testemunha e também confirmou que a colega foi retirada da cela. O policial civil foi preso em flagrante.
Caso é investigado pela Corregedoria
Conforme apurado pelo Midiamax junto à assessoria da Polícia Civil, o policial foi preso em flagrante pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O caso segue em segredo de Justiça por determinação da lei e todas as medidas já foram tomadas pelo órgão correcional.
O policial está preso em uma cela da 3ª Delegacia de Campo Grande.