\n \n A Polícia Civil de Santa Maria confirmou, no final da tarde desta terça-feira,\n que está agendado para sexta-feira o depoimento do prefeito Cezar Schirmer\n (PMDB) no inquérito que investiga a tragédia na Boate Kiss. Ele não poderá ser\n ouvido antes porque irá viajar a Brasília nesta quarta-feira, retornando no dia\n seguinte. A intenção é saber o que o chefe do Executivo tem a dizer sobre a\n liberação de alvarás e a fiscalização de estabelecimentos comerciais na cidade.\n \n O depoimento de Schirmer será uma espécie de contraponto às\n declarações do presidente do Sindicato dos Municipários de Santa Maria, Cilon\n Regis Corrêa, que depôs nesta terça-feira na Polícia Civil e criticou a\n "falta de comando" na prefeitura. Ele ainda mencionou a falta de\n treinamento para identificar situações de risco e a ausência de uma rotina de fiscalização\n aos estabelecimentos em geral. "A fiscalização só age quando recebe uma\n denúncia", disse Corrêa.\n \n Nesta quarta-feira, a Polícia Civil vai receber uma lista da\n Secretaria Estadual da Saúde com os nomes de todas as pessoas que receberam\n atendimento médico em hospitais e pronto-atendimentos, em função do incêndio da\n Boate Kiss. Com esses dados, serão feitos cruzamentos com os nomes de pessoas\n que já deram depoimento. Com mais o número de 240 mortos e eliminando\n frequentadores da Kiss que se repitam nas listas, o delegado Sandro Meinerz, um\n dos responsáveis pelo caso, diz que o objetivo é chegar o mais perto possível\n do número de pessoas que estavam na casa noturna na madrugada do incêndio.\n "Ao que tudo indica, vai apontar uma superlotação da boate", acredita\n Meinerz.\n \n Até o final desta semana, a Polícia Civil ainda pretende ouvir\n novamente os quatro presos – os sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro\n Hoffmann, e os dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista\n Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Luciano Bonilha Leão. O\n objetivo é esclarecer pontos que, durante o curso da investigação, se mostraram\n divergentes ao que foi apurado pelos investigadores e relatado por testemunhas.\n \n Há contradições, por exemplo, entre o que disseram funcionários da\n boate e os dois sócios, ligadas a questões de lotação da casa noturna. Há\n também versões diferentes entre músicos da banda e os dois donos do\n estabelecimento em relação à origem do incêndio e a culpa pelo que aconteceu. A\n data e o local dos depoimentos dos quatro presos ainda são mantidos em sigilo\n pela Polícia Civil, por uma questão de segurança.\n \n Nesta terça-feira, o delegado Sandro Meinerz reafirmou que a\n intenção é concluir o inquérito com todas as responsabilidades apontadas, tanto\n em relação ao incêndio quando à liberação de alvarás para o funcionamento da\n Kiss. O prazo termina na próxima segunda-feira, mas ele não descarta um pequeno\n atraso, podendo remeter o inquérito para a Justiça na próxima terça-feira.\n \n Presos depõem no inquérito policial militar\n \n Na tarde desta terça-feira, os quatro presos por causa da tragédia\n na Boate Kiss foram ouvidos no inquérito policial militar que investiga\n possíveis irregularidades na fiscalização e na concessão de alvarás pelo Corpo\n de Bombeiros à casa noturna. Os depoimentos foram dados na Penitenciária\n Estadual de Santa Maria, onde Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de\n Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão cumprem prisão preventiva. O prazo para\n a conclusão do inquérito militar termina no sábado, podendo ser prorrogado por\n 20 dias. Até agora, foram cerca de 200 depoimentos. \n \n nbsp;\n \n \n \n \n