CGNews/PCS
Preso com cocaína na manhã desta sexta-feira (22), o escrivão da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã Rafael Grandini Salles, 35 anos, será investigado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil em processo administrativo cuja punição mais severa é a perda do cargo público. O flagrante aconteceu em mais uma ação da Operação Omertà, contra organização criminosa dedicada a execuções em Mato Grosso do Sul.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, Rafael se tornará alvo de processo administrativo assim como os outros quatro policiais civis presos na primeira fase da operação, que aconteceu no dia 27 de setembro. São eles: Elvis Elir Camargo Lima, Frederico Maldonado Arruda, Vladenilson Daniel Olmedo e Márcio Cavalcanti da Silva.
Informações de bastidores apontam que outros policiais também são alvos de investigações na corregedoria por envolvimento com o grupo de extermínio, fato não confirmado oficialmente.
A casa de Rafael, em Ponta Porã, foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta manhã. No local, policiais do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) encontraram 45 gramas de cocaína. O escrivão, no entanto, foi preso em Terenos – a 25 quilômetros de Campo Grande – onde estava morando.
Segundo informações repassadas à reportagem, a droga estava no alojamento do escrivão, que fica em uma república ocupada por policiais de fora que trabalham na cidade fronteiriça ao Paraguai. Elvis Elir Camargo de Lima, 46 anos, e Frederico Maldonado Arruda, 56 anos, também ficavam no local.
A reportagem apurou ainda que o policial civil tem carretas em seu nome, patrimônio que não condiz com a renda mensal, cerca de R$ 4,2 mil.
Giancarlo Corrêa Miranda, presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), afirmou que o sindicato acompanha os casos envolvendo policiais, principalmente pela questão "trabalhista" e de cumprimento de prerrogativas, como por exemplo ficar em cela especial. Preso, Rafael deve ser ouvido no Garras e transferido para a 3ª Delegacia de Polícia Civil, onde estão Elvis Elir e Frederico.
Entenda
A ação que resultou na prisão de Rafael é fruto das investigações policiais da Operação Omertá, responsável pela prisão dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho. Eles são apontados como chefe de grupo de extermínio com participação de guardas civis municipais de Campo Grande e policiais civis.
Márcio Cavalcanti e Vladenilson Olmedo, são apontados como gerentes da quadrilha e foram levados para o presídio federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, junto com os líderes do grupo.