CGN/LD
Preso por matar a esposa na frente da filha de 12 anos, o suspeito mandou a menina mentir para a polícia e dizer que os fatos ocorreram durante uma brincadeira. Lucilene Freitas dos Santos, 33 anos, foi assassinada na noite de quinta-feira, 10 de outubro, com tiro na cabeça. O crime aconteceu na casa em que vivia com a família, no Jardim Presidente, em Campo Grande.
Identificado apenas como Claudinei, de 28 anos, o suspeito foi preso por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar três dias depois, neste domingo (13). Ele se manteve em silêncio quando questionado pela polícia.
A filha do casal, de 12 anos, presenciou o crime e foi ouvida em escuta especial na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). "Inicialmente contou que tudo aconteceu em uma brincadeira. O pai estava brincando com a arma, a mãe passou na frente e acabou disparando", disse a delegada Elaine Benicasa.
A menina chorava bastante durante o depoimento e depois acabou relatando que o pai havia mandado ela mentir. "Disse que na verdade o pai pediu que ela contasse essa história à polícia", confirmou a delegada. "Não existe brincadeira de pegar uma arma de fogo, de apontar na cabeça de uma pessoa", completou.
A polícia já concluiu que o tiro não foi acidental, mas ainda trabalha para saber o que aconteceu na residência no dia do crime e a motivação. "A própria perícia no local do crime disse que o tiro que atingiu a vítima foi na cabeça, de cima para baixo", revelou. O casal era do Paraná e morava há pouco tempo em Campo Grande e não havia histórico policial envolvendo violência doméstica.
No dia do crime, havia outro familiar do casal na residência, um adolescente de 16 anos, que vai ser ouvido hoje pela polícia.
Além do suspeito, um primo de Claudinei, que cedeu a casa para ele se esconder, também foi preso e responderá por favorecimento pessoal.