A Polícia Nacional do Paraguai apontou o pistoleiro Fernando Villa Alta Torales, 23, o “Tutu-i”, como principal suspeito da execução do vereador Teobaldo Aquino González, 42, ocorrida na noite de terça-feira (4) em Capitán Bado, cidade separada por uma rua de Coronel Sapucaia (MS).

Investigado por vários outros homicídios na linha internacional, “Tutu-i” foi preso em março do ano passado, mas saiu da Penitenciária de Pedro Juan Caballero há duas semanas. A imprensa paraguaia acusa o Ministério Público do país vizinho de “ajudar” o pistoleiro ao permitir sua liberdade.

Fernando Torales tinha sido preso pelo assassinato de Richard David Carneiro, ocorrido em 28 de dezembro de 2020 em Pedro Juan Caballero. Richard era acusado de matar o irmão de “Tutu’i”, Fredy Penna Villa Alta Torales.

Conforme o jornal ABC Color, “Tutu’i” também cumpria prisão preventiva por suspeita de envolvimento nos assassinatos de Óscar Rafael Pereira Giménez e Alejandro Riveros Vargas, em 28 de maio de 2021, em Capitán Bado.

Segundo investigadores da polícia paraguaia, “Tutu’i” executou os dois a mando de um político da região, supostamente porque Óscar seria candidato a vereador. O nome do suposto mandante nunca foi revelado.

Sobrinho do vereador – Outro homicídio atribuído a Fernando Torales teve como vítima Kevin Geovani Vinichi Aquino, em 28 de dezembro de 2021 em Capitán Bado. Kevin era sobrinho do vereador Teobaldo Aquino, morto nesta semana. O vereador e a esposa foram as principais testemunhas a apontarem o pistoleiro como autor da morte do rapaz.

Mesmo diante de todas essas acusações, Fernando Torales foi colocado em liberdade no dia 23 de junho deste ano, a pedido do próprio Ministério Público do Paraguai.

O procurador-adjunto do departamento de Amambay, César Alberto González Velásquez, alegou que seriam necessárias mais provas para manter o pistoleiro preso e determinou sua liberdade provisória. A decisão contrariou dois promotores que trabalhavam para levar “Tutu’i” a julgamento pelos crimes.

Testemunha do assassinato do sobrinho, Teobaldo foi morto logo após participar da sessão da Câmara de Capitán Bado. Ele seguia para casa em sua caminhonete Toyota Hilux. No cruzamento das ruas Lomas Valentina e Mayor de Jesús Martínez, no Bairro Primavera, foi alvejado a tiros de pistola 9 milímetros por dois pistoleiros de moto.

Teobaldo chegou a ser socorrido ao hospital local, mas morreu antes de receber atendimento. Na mesma noite, a viúva pediu proteção policial. Familiares informaram que o vereador recebia muitas ameaças de morte, mas relutava em procurar a polícia para registrar denúncia.