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Polícia
17/07/2023 18:00:00
Testemunhas afirmam que Prior, que foi condenado por estupro, abordava meninas aparentemente frágeis e alcoolizadas

G1/LD

O Fantástico conversou com exclusividade com a mulher que denunciou o arquiteto Felipe Prior por estupro - ele foi condenado no dia 8 de juho a seis anos de prisão e pode recorrer em liberdade.

Atualmente, ela tem 31 anos, e é arquiteta. Na época, tinha 22 e cursava arquitetura numa universidade particular, em São Paulo. O caso ocorreu na madrugada do dia 8 de agosto de 2014, após uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

“Começou a tirar minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. (...) Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue”, relembra a vítima.

No último sábado, dia 8 de julho, saiu a sentença - a Justiça entendeu que houve sim crime de estupro. A juíza afirmou que o relato da vítima e os depoimentos das testemunhas são coerentes e que formam um conjunto robusto de provas.

Prior foi condenado a seis anos, inicialmente em regime semiaberto e pode recorrer em liberdade. Existem outras três denúncias de estupro contra ele. Em um dos casos, Prior já é réu. Nos outros dois casos, ainda é investigado.

“Ele aborda meninas alcoolizadas. Em geral, elas têm 20, 20 e poucos anos. Franzinas. Insiste para investidas sexuais, é recusado. E aí a dinâmica assume contornos fisicamente violentos", relata a advogada Maira Pinheiro. “É incompreensível. O homem ouve o não. Percebe a vítima ali, chorando, gritando para parar, se esquivando e continua utilizando de sua força física para cometer esse ato tão brutal. Se vierem essas condenações com a pena mínima, ele pegará no mínimo vinte e quatro anos de condenação”, completa a advogada Juliana Valente.

Esta semana, o arquiteto usou uma rede social onde tem seis milhões de seguidores pra dizer que é inocente e limitou os comentários da postagem. Todos são positivos pra ele.

"Eu não procuro nada dele. Até hoje, Assim, eu não quero saber o que está acontecendo na vida dele. Que as pessoas saibam o que ele fez. Para mulheres se preservarem de homens que são criminosos como ele. Eu espero que que essa minha história seja mais uma história de incentivo à mudança e à transformação", finaliza a vítima.

O que diz Prior

Em nota, os advogados de Prior reiteraram a inocência dele e disseram que vão recorrer da sentença.

Eles afirmam que "seguem plenamente confiantes no poder judiciário brasileiro e, assim, na reforma de sua injusta condenação".

E que "no momento oportuno e através de alguns veículos, Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação."