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Considerado foragido pelas autoridades policiais desde quarta-feira, dia em que foi deflagrada a Operação Vostok, José Ricardo Guitti Guimaro, conhecido como “Polaco”, deve se apresentar à Polícia Federal neste domingo (15), informou ao Portal Correio do Estado o advogado José Roberto da Rosa, responsável pela defesa do investigado.
Ainda segundo o advogado, Polaco" estava morando fora do Estado e por motivo de deslocamento — "ele está a 3 mil quilômetros aproximadamente de Campo Grande", explicou ao Portal Correio do Estado —, a apresentação à PF poderá ocorrer em Brasília. "A força tarefa da operação é de lá (da capital federal) e o delegado responsável pelos autos também, então seria o melhor, mas isso ainda não está definido. Mas amanhã ele já está à disposição das autoridades", destacou.
A linha de defesa ainda será discutida entre o advogado e seu cliente, segundo José Roberto da Rosa. "Fui procurado por ele para acompanhá-lo em um processo de colaboração premiada, mas depois, várias situações o levaram a não querer mais a colaboração. Ainda não sei se ele vai querer retomar esse processo", comentou. Da mesma forma, prosseguiu, o advogado contou que não teve acesso ainda aos autos da operação Vostok e portanto não sabe qual é a participação e até onde há a colaboração de seu cliente nos fatos citados nas investigações, devendo inteirar-se de todo o processo na próxima segunda-feira.
PARTICIPAÇÃO
"Polaco" havia concordado, em abril deste ano, a fazer delação premiada sobre as denúncias investigadas pela Polícia Federal, envolvendo o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que vieram a tona na última quarta-feira. Ameaçado de morte, ele recuou da decisão e ainda acusou de coação o promotor responsável pelo caso, Marcos Alex Vera, da 30º Promotoria de Justiça.
Documentos aos quais o Correio do Estado teve acesso, demonstram que no dia 20 de abril deste ano, Polaco encaminhou aos Ministérios Públicos Estadual (MPMS), Federal (MPF) e à Superintendência da Polícia Federal uma “proposta de colaboração premiada”.
No documento, o corretor de gado alegava que tinha ciência das investigações que apontavam que ele seria operador de valores “em nome de autoridade que detém função pública relevante e de comando no Estado”, e que a ideia da colaboração surgia “no sentido de auxiliar os representantes do Ministério Público a identificarem os valores decorrentes de lavagem de dinheiro e outros crimes”.
Polaco afirmava ainda que tinha notas fiscais, bem como cheques e bilhetes manuscritos que indicariam com segurança a participação do chefe do executivo, Reinaldo Azambuja (PSDB), e pelo menos um dos filhos dele, num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, e assegurava que estava se dispondo a delatar os ex-aliados de forma voluntária.