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Polícia
18/02/2013 07:45:48
Vítima de violência doméstica não representa contra autor, diz delegada de Coxim
No último dia 10, Maria desabafou com policiais ao ser vítima, mais uma vez, das agressões de João, que a empurrou contra o muro da residência do casal, no bairro Senhor Divino, em Coxim.

Sheila Forato

Foto: PC de Souza
\n Apesar das reclamações feitas por Maria, nome fictício dado a personagem da reportagem “Mulher desabafa ao ser vítima, mais uma vez, de violência doméstica em Coxim”, a delegada Silvia Elaine Girardi, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Coxim, informou que a vítima não representa contra o marido, que vamos chamar de João. No último dia 10, Maria desabafou com policiais ao ser vítima, mais uma vez, das agressões de João, que a empurrou contra o muro da residência do casal, no bairro Senhor Divino, em Coxim. Ao ser orientada pela Polícia Militar a procurar a delegacia, Maria demonstrou indignação, relatando que não é a primeira vez que pede ajuda e nada é feito para que o autor responda criminalmente. Entretanto, a delegada esclareceu que Maria é a principal responsável pela impunidade, pois aciona a polícia, mas não faz o boletim de ocorrência e os casos são sempre tratados como averiguação de chamada pela Polícia Militar. Nos arquivos da delegacia constam cerca de 10 boletins de solicitações da vítima para a Polícia Militar, relatando violência doméstica, porém, Maria sempre diz que não tem interesse em registrar boletim de ocorrência contra João. Silvia explica que apenas uma das queixas, feita em 2006, não foi possível que a vítima retirasse. Maria estava grávida do terceiro filho do casal quando apanhou de João, além de ter sido ameaçada de morte. Na mesma época, a vítima informou que o autor a obrigou tomar remédio para abortar, mas não fez efeito. Neste caso, João respondeu por lesão corporal. A delegada esclareceu que até o momento, Maria não solicitou nenhuma medida protetiva. De acordo com Silvia, é preciso que as mulheres, vítimas desse tipo de violência, tenham atitude para enfrentar a impunidade. “Geralmente, os maridos violentos agem impunemente por conta do medo que faz com que suas companheiras não representem”, finalizou a delegada. \n \n