Estadão/PCS
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu nesta quinta-feira, 28, em sua residência em Brasília a notificação de seu afastamento do mandato e das restrições de liberdade à noite, impostas pela 1ª turma do Supremo Tribunal Federal. Gravado pelo delator Joesley Batista, o senador foi acusado à Justiça de receber propina de R$ 2 milhões do frigorífico JBS e de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
Ele nega ter cometido crimes. A notificação oficial foi confirmada pelo defensor de Aécio, o criminalista Alberto Toron. Na prática, Aécio agora está oficialmente suspenso e não poderá exercer as funções no Legislativo. Ele já não vinha frequentando o Senado, por orientação da defesa. O tucano preserva, no entanto, o foro privilegiado por prerrogativa de função.
Um carro oficial do Senado dirigiu-se à residência do senador no Lago Sul, região nobre da capital, pouco depois de o plenário aprovar o regime de urgência para votar a decisão do Supremo e adiar, em acordo entre partidos, a análise para a próxima terça-feira. Os senadores estão dispostos a derrubar as medidas cautelares contra Aécio, mas querem pressionar o Supremo a rever a suspensão e o recolhimento domiciliar noturno por conta própria, evitando outro embate entre Legislativo e Judiciário.