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Política
19/06/2017 16:08:00
Aécio: presidente do Conselho de Ética tem 5 dias para decidir sobre representação

G1/LD

A assessoria do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), informou nesta segunda-feira (19) que o parlamentar recebeu a representação contra Aécio Neves (PSDB-MG) e terá, a partir desta terça (20), cinco dias úteis para decidir sobre a admissibilidade do processo.

Aécio foi afastado do mandato no mês passado por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato.

O senador foi um dos principais políticos atingidos pelas delações de executivos da JBS no âmbito da Lava Jato. Diante do que foi revelado pelos delatores, o PSOL e a Rede pediram ao Conselho de Ética a cassação do mandato parlamentar de Aécio Neves.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o tucano agiu em conjunto com o presidente Michel Temer para barrar as investigações da Operação Lava Jato e, com base nas delações da JBS, o Ministério Públicou denunciou Aécio pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça.

Tramitação

De acordo com a assessoria de João Alberto Souza, se o presidente do Conselho de Ética rejeitar a admissiblidade do processo, a representação será arquivada. Mesmo assim, qualquer integrante do conselho poderá recorrer, em até dois dias úteis, desde que conte com o apoio de cinco parlamentares.

Se João Alberto Souza admitir o processo, terá até três dias úteis para reunir o Conselho de Ética e sortear o relator da representação, que passará a analisar o caso.

Segundo a assessoria do presidente do conselho, João Alberto tem a opção de enviar a representação à advocacia do Senado e pedir um parecer para basear a decisão sobre admitir ou rejeitar o processo.

O que diz aécio

Desde que foi afastado do mandato, Aécio Neves tem divulgado notas à imprensa e publicado vídeos nas redes sociais para se defender das acusações do Ministério Público. O tucano já disse, por exemplo, ser "vítima de armação".

Ele também já declarou que provará a inocência, comprovará o "absurdo" das acusações contra ele, além do "equívoco" das medidas adotadas até agora.

"Me dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de trinta anos de vida dedicada à política e aos mineiros em especial", declarou Aécio em uma das notas.

"O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo", acrescentou o tucano, nessa mesma nota, divulgada em 18 de maio.

Pedido de prisão

Está previsto para esta terça (20), na Primeira Turma do STF, o julgamento do pedido de prisão de Aécio, apresentado pelo Ministério Público. Os ministros também analisarão um pedido do senador afastado para que ele retorne ao exercício do mandato.

Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, há "risco grave e contreto" de que as "ações criminosas já iniciadas" por Aécio "atinjam seu objetivo". Janot diz, também, que "parlamentares corruptos do quilate" do tucano, além de "comparsas de longa data", podem atuar contra a Lava Jato.

Na avaliação do procurador, as condutas atribuídas a Aécio são "profundamente perturbadoras".

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota:

O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA) tomou conhecimento hoje (19/06) da representação em desfavor do senador Aécio Neves (PSDB-MG), apresentada pela Rede e pelo PSOL.

A representação será analisada pelo presidente do Conselho que terá cinco dias úteis, a partir desta terça- feira, para decidir sobre a admissibilidade ou não do caso.