Política
13/06/2012 09:00:00
Agnelo assina autorização para quebra de sigilo e é aplaudido
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), assinou na tarde desta quarta-feira uma autorização para quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Terra/PCS
O governador do DF garantiu que permitirá a quebra de seus sigilosos bancário, fiscal e telefônico durante as investigações (Foto: José Cruz)
\n Onyx Lorenzoni gerou confusão na CPI ao afirmar que, nas gestões de Agnelo e de\n Orlando Silva a frente do Ministério do Esporte, os integrantes do PCdoB -\n ex-partido do governador - passaram de "idealistas" para\n "vigaristas". Vários membros do colegiado reclamaram do termo e\n pediram que a palavra fosse retirada dos registros. O democrata rebateu afirmando\n que não se referia a Agnelo, apenas analisava a situação. \n \n Em seguida, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que havia se ausentado\n da sala, lembrou que o ex-ministro Orlando Silva teve processo arquivado na\n terça-feira pela Comissão de Ética da Presidência da República. Suspeito de\n envolvimento com um esquema de desvio de recursos públicos, Silva pediu\n demissão do cargo no ano passado. A senadora afirmou que Onyx estava\n "desesperado" e "desequilibrado".\n \n Carlinhos Cachoeira
\n Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos,\n o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal,\n em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz,\n assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O\n escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na\n revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido\n como mensalão.\n \n Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram\n contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele\n reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a\n critérios legais. \n \n Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O\n Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu\n telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador\n pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na\n conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que\n manteve com representantes dos três Poderes.\n \n Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em\n 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no\n Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo\n Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo\n bancário.\n \n O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril\n que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão\n de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando\n a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir\n outros políticos, agentes públicos e empresas.\n \n Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora\n de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de\n Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O\n vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os\n governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo\n (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.