Política
07/03/2014 09:00:00
AM: suspeito de pedofilia, prefeito terá de devolver R$ 2,9 milhões
O prefeito de Coari (AM), Manoel Adail Amaral Pinheiro, terá de devolver aos cofres públicos R$ 2,9 milhões por irregularidades nas contas correspondentes ao exercício financeiro de 2004.
Jornal do Brasil/AB
\n \n O prefeito de Coari (AM), Manoel Adail Amaral Pinheiro, terá de devolver\n aos cofres públicos R$ 2,9 milhões por irregularidades nas contas \n correspondentes ao exercício financeiro de 2004. A decisão foi tomada na\n quinta-feira pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) durante a 7ª \n sessão ordinária. Na mesma sessão, os conselheiros julgaram ainda quatro\n contas irregulares e 12 contas regulares.\n \n Adail Pinheiro exerceu o cargo de prefeito e ordenador de despesas de \n Coari entre o período de janeiro a maio de 2004, assumindo o cargo José \n Freire de Souza Lobo entre junho a dezembro do mesmo ano. Ambos \n receberam multas no valor de R$ 20 mil e glosas que, juntas resultaram \n em mais de R$ 4,3 milhões.\n \n De acordo com o relator do processo, o conselheiro Júlio Cabral, foram \n verificadas diversas irregularidades nas contas do município. Entre elas\n a diferença de valores no balanço patrimonial, a ausência de \n justificativa ou formalização para o pagamento de aditivos, a falta de \n termo de recebimento de obras e planilhas de medições de serviços, assim\n como a não comprovação de beneficiamentos feitos em algumas vias de \n Coari.\n \n Os dois gestores têm prazo de 30 dias para o recolhimento dos valores ou\n apresentar recursos. Na mesma sessão tiveram as contas reprovadas o \n ex-prefeito de São Gabriel da Cachoeira, Pedro Garcia (do ano de 2009); o\n ex-presidente da Câmara Municipal de Coari, Lindolfo Reis Alencar (de \n 2007); o presidente do Instituto de Previdência de Iranduba (Imprev), \n Cristovão da Silva Brandão (de 2012) e ex-prefeito de Guajará, Samuel \n Farias de Oliveira (de 2005).\n \n Adail foi preso no mês passado pelos crimes de formação de quadrilha, \n exploração sexual de crianças e adolescentes e estupro de vulnerável. O \n prefeito é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do \n Amazonas. Apesar da gravidade de algumas das acusações, os processos \n estão parados à espera de julgamento, suscitando a hipótese dele estar \n sendo beneficiado por juízes. Em 2006, a Polícia Federal passou a \n investigá-lo devido a indícios de desvio de recursos públicos do Fundo \n Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As denúncias de \n pedofilia começaram a aparecer no decurso dessas investigações em \n escutas telefônicas judicialmente autorizadas. As investigações \n culminaram na chamada Operação Vorax, cujo relatório foi divulgado em \n 2008. Desse relatório resultou a prisão de Pinheiro, em 2009. Em agosto \n de 2013, Pinheiro chegou a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de \n Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da \n Câmara dos Deputados.\n \n Em janeiro deste ano, a Corregedoria Nacional de Justiça voltou a \n investigar possíveis irregularidades ou desvios de conduta cometidos por\n servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), entre eles, \n juízes. A fiscalização atinge todas as unidades da Justiça de 1º e 2º \n graus e cartórios notariais e de registro e, segundo a assessoria do \n Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a lentidão no julgamento dos vários \n processos contra Pinheiro estava entre os indícios de irregularidades.\n