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Com o discurso crítico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política do ministro da Economia, Paulo Guedes, auxiliares reconhecem que haverá uma necessidade de trabalhar mais votos no Congresso Nacional para aprovar as reformas enviadas pelo governo na semana passada.
Há o reconhecimento de que o cenário será diferente do que foi o da tramitação da reforma da Previdência, quando a oposição não conseguiu fazer uma oposição consistente ao debate apresentado pelo governo. Em discurso no último sábado (9), Lula chamou Guedes de "demolidor de sonhos" e "destruidor de empregos e de empresas públicas brasileiras".
"A reforma da Previdência foi quase uma geração espontânea. Apesar das crises internas do governo, houve empenho do Congresso para aprovar essa pauta. Mas agora, o governo vai ter que se mexer, pois passa a ter uma contestação da oposição", observa um integrante da equipe econômica.
A percepção é que o próprio presidente Jair Bolsonaro terá que assumir a defesa das propostas e de que o governo melhore a articulação com o Congresso para conseguir aprovar as propostas.
O conjunto de reformas foi apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada. As propostas de emenda à Constituição (PECs) são uma revisão profunda do Estado e mudam a lógica dos gastos públicos.
Uma das PECs prevê a redução da jornada e do salário dos servidores da União, estados e municípios se eles entrarem em emergência fiscal.
Também há proposta de extinção dos municípios com menos de cinco mil habitantes. E dentro do pacto federativo, a ideia é repassar R$ 400 bilhões em 15 anos para estados e municípios após mudanças nas regras de redistribuição dos royalties do petróleo.