Terra/PCS
Desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), através de seu porta-voz, disse que queria colocar um “ponto final” na crise causada por ataques de Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), seu filho, ao vice presidente e general Hamilton Mourão (PRTB), Carlos desferiu oito novos tuites contra o vice até a conclusão deste texto.
O número não inclui uma postagem publicada às 19h10 desta terça-feira (23), mais ou menos concomitante com o pronunciamento da Presidência.
Logo em seguida o político publicou “nunca foi por briga e sim pela verdade!”, referindo-se ao desentendimento com o vice-presidente da República.
A publicação seguinte, às 22h54 de terça-feira, foi a única desde o “ponto final” que não ataca Mourão. Trata-se de uma arte comemorativa ao número de seguidores de Carlos Bolsonaro na rede social, que passou de 1,1 milhão.
Em outras duas publicações, o vereador do Rio de Janeiro tenta associar o general Hamilton Mourão ao PT.
Primeiro, compartilhou uma notícia com fala do vice sobre a redução na pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Decisão do Judiciário a gente não comenta”, disse o general. “Tirem suas conclusões”, comentou Carlos Bolsonaro sobre a declaração.
Em seguida, Carlos Bolsonaro compartilhou uma print de outra notícia. “Mourão critica ‘despetização’ de Onyx”, diz o título. A referência é a uma exoneração coletiva que o ministro fez de nomeados para cargos de confiança supostamente ligados aos governos do PT.
O vereador também citou o maior desafeto do bolsonarismo, o ex-deputado Jean Wyllys em seus ataques a Mourão. Ainda lembrou que seu desentendimento com o general é antigo.
Chamam a atenção ainda três vídeos retuitados pelo filho do presidente. Em um deles, uma análise política de um youtuber, fala-se de uma suposta conspiração capitaneada pelo vice. O ex-presidente Michel Temer (MDB), que subiu ao poder após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), é citado.
O vídeo que Carlos Bolsonaro ajudou a divulgar diz, ainda, que nada na comunicação do governo Bolsonaro acontece por acaso:
“Lembrem do caso Bebianno. Como o Carlos Bolsonaro também se expôs, mas com o aval do presidente. Tanto é que depois o Bebianno foi demitido. Nada que o Carlos Bolsonaro faz é sem autorização do presidente da República”, diz o locutor do vídeo.
A penúltima tuitada do vereador tem um vídeo em que se fala de uma suposta “ambição presidencial” do general e vice presidente.
Por fim (ou pelo menos por enquanto), o vereador acusa o vice de contrariar os atuais ministros do governo e a agenda que elegou o presidente.