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Política
28/04/2012 07:39:14
Cachoeira repassou R$ 3 milhões a Demóstenes, diz procurador-geral da República
Afirmação está no inquérito encaminhado ao STF e liberado pelo ministro Lewandowski à CPI do Cachoeira e ao Conselho de Ética

Estadão/PCS

\n \n No pedido de instauração de inquérito no Supremo Tribunal\n Federal (STF) para apurar as ligações do senador Demóstenes Torres (sem\n partido-GO) com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o\n procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que é "expressamente\n referido" que "R$ 1 milhão foi depositado na conta" do parlamentar.\n O documento aponta um valor total repassado para o parlamentar de R$ 3,1\n milhões.

\n A afirmação do procurador está no item 36, página 40 do inquérito encaminhado\n ao Supremo. Toda essa documentação foi liberada ontem pelo ministro Ricardo\n Lewandowski para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, e para\n o Conselho de Ética do Senado, que está apreciando pedido de cassação do\n mandato do senador Demóstenes. \n

\n "Em diálogo no dia 22 de março de 2011, às 11:18:00, entre Carlos\n Cachoeira e Cláudio Abreu, não degravado pela autoridade policial, é\n expressamente referido que o valor de um milhão foi depositado na conta do\n Senador Demóstenes e que o valor total repassado para o Parlamentar foi de R$\n 3.100.000,00 (três milhões e cem mil reais)", escreveu o procurador da\n República no inquérito, após analisar documentos da Operação Monte Carlo, que\n desmontou o esquema de ocupação de poder por parte de Cachoeira em todas as\n esferas do Estado. \n

\n Sigilo. Em despacho assinado ontem à tarde, Lewandowski deixou claro que a CPI,\n o Conselho do Senado e a Comissão da Câmara devem preservar o segredo das\n informações do inquérito, em especial as interceptações telefônicas. \n

\n A publicação ontem da íntegra do inquérito relacionado ao senador pelo site 247\n poderá gerar uma investigação no STF.\n

\n O ministro lembrou, neste caso, uma lei de 1996 que regulamentou as\n interceptações telefônicas, pela qual é crime quebrar segredo de Justiça sem\n autorização judicial. A pena inclui multa e reclusão de dois a quatro anos.\n

\n Para autorizar a liberação de cópias do inquérito, Lewandowski baseou-se em\n decisões anteriores do STF.\n