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Política
18/03/2013 09:00:00
Cerca de 5% do PIB brasileiro são dragados pela corrupção, diz delegado da PF
De acordo com Azevedo, cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro são dragados pela corrupção.

Última Instância/AB

\n \n Em palestra proferida no curso Iniciação Funcional de Magistrados,\n o delegado Josélio Azevedo de Souza, do Serviço de Repressão a Desvios Públicos\n do Departamento da Polícia Federal (PF), pediu uma atuação mais firme da\n magistratura para diminuir a impunidade nos casos de corrupção no Brasil. \n \n De acordo com Azevedo, cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto)\n brasileiro são dragados pela corrupção. Para ele, a sensação de impunidade é\n grande incentivadora da prática de crimes contra o erário – além da\n precariedade dos instrumentos de controle, o controle social incipiente por\n parte da população e a baixa qualificação dos quadros que lidam diretamente com\n a fiscalização. \n \n Azevedo falou aos 20 juízes do TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito\n Federal) que participam da qualificação promovida pela Enfam (Escola Nacional\n de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo). \n \n " Nosso maior problema é que o corrupto e o corruptor sentem\n que não serão punidos. Nós da Polícia Federal trabalhamos investigando e\n produzindo provas materiais, o que é uma atividade bastante complexa. Mas não\n podemos ser protagonistas nesse processo. Quem é protagonista é o Judiciário,\n que tem o poder para condenar”, afirmou o delegado. \n \n Josélio Azevedo disse que “o Judiciário não é parte do problema da\n corrupção, mas certamente é parte da solução”. O delegado informou aos jovens\n magistrados brasilienses que a PF, apesar de ter um efetivo aquém do necessário\n para cumprir suas atribuições constitucionais, se coloca à disposição da\n magistratura para prestar esclarecimentos de cunho técnico e também para\n apresentar uma visão mais apurada sobre a realidade das atividades ilícitas. \n \n Tráfico de drogas \n \n Ao tratar da realidade local, o delegado disse que o DF enfrenta\n “os desafios inerentes às grandes cidades do país”. Azevedo apontou o tráfico\n de drogas como uma das mazelas mais graves da região – a incidência maior,\n segundo ele, é nas cidades de Ceilândia, Taguatinga, Paranoá, Varjão e Riacho\n Fundo. “Esse não é só um problema do Rio e de São Paulo. Existem locais no DF\n em que a polícia não entra”, disse. \n \n O delegado também sugeriu a parceria da PF com o Judiciário local\n para aumentar a efetividade do combate às drogas. “Sempre que necessário,\n chamem a Polícia Federal para respaldar as decisões dos senhores”, declarou aos\n juízes. O curso Iniciação Funcional de Magistrados prossegue até o próximo dia\n 22, na sede da Enfam, em Brasília.