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Política
30/05/2013 08:55:38
Coordenação da presidente falha outra vez no Congresso
No dia seguinte à aprovação da Medida Provisória dos Portos, neste mês, integrantes da equipe dilmista enviaram recados via SMS a seus interlocutores: "Ideli e Gleisi mandam lembranças".

Folha/PCS

\n \n No dia seguinte à aprovação da Medida Provisória dos Portos, neste mês,\n integrantes da equipe dilmista enviaram recados via SMS a seus interlocutores:\n "Ideli e Gleisi mandam lembranças". \n \n O governo estava feliz. Considerava ter obtido uma grande vitória após\n submeter a Câmara a uma de suas mais longas sessões na história. \n \n Como a medida provisória que trata de modernização dos portos foi aprovada,\n formou-se uma percepção positiva dentro do Planalto a respeito do trabalho das\n ministras Gleisi Hofmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações\n Institucionais). Elas são responsáveis pela articulação política entre o Poder\n Executivo e o Legislativo. \n \n Só que no Congresso a impressão é diferente. Gleisi e Ideli são vistas como\n meras despachantes da presidente. \n \n Congressistas acham que Dilma Rousseff não se envolve diretamente nas\n negociações, a dupla de ministras não tem poder para negociar e tudo anda\n sempre mais devagar do que poderia. \n \n Com a aprovação da Medida Provisória dos Portos, passaram a existir duas\n realidades distorcidas. \n \n O Congresso exagera ao máximo nas críticas a Gleisi e Ideli (até porque os\n deputados e os senadores preferem poupar Dilma). No Planalto se instalou a\n crença de que tudo sempre se resolve na Câmara e no Senado. \n \n Ocorre que a deterioração da articulação política continuou sua marcha\n depois da MP dos Portos. Isso ficou evidente já no dia em que o presidente do\n Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), propôs nunca mais aceitar votar medidas\n provisórias com menos de sete dias de prazo. \n \n Era como se tal decisão pudesse se autocumprir sem esforço. A regra dos sete\n dias foi aclamada por todos em 16 de maio. Nessa data, qualquer senador poderia\n verificar que duas medidas provisórias estavam muito próximas de suas datas de\n prescrição -a das contas de luz e a das desonerações fiscais para vários\n setores da economia. \n \n Só anteontem à noite senadores dilmistas pareciam ter percebido a\n conjuntura. Houve manobras, que deram errado. Renan manteve os sete dias. As\n MPs prescrevem na segunda-feira. \n \n A fragilidade na articulação política continua sendo tratada sem que as\n causas do problema sejam extirpadas. Como o Planalto acha que as coisas estão\n dentro da normalidade democrática, o clima de tocaia entre Executivo e\n Legislativo permanecerá.\n \n \n