Correio do Estado/AB
O senador licenciado Delcídio do Amaral (sem partido) disse no domingo (17) que está preparado para votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), de quem foi aliado até o ano passado.
Ele passou por cirurgia, recupera-se em São Paulo, na casa de um irmão, e mencionou que deve voltar na próxima semana para sua cadeira no Senado. A licença médica dele venceu na sexta-feira (15).
Delcídio concedeu entrevista ao SBT, no programa Conexão Repórter, na noite de domingo, depois da votação na Câmara que aprovou o parecer da Comissão do Impeachment.
"Estou me recuperando. Passei por uma cirurgia, tive alguns problemas de saúde, e espero que na próxima semana esteja em condições necessárias para voltar ao Senado", afirmou ao SBT.
Ele disse acreditar que sua delação premiada, a qual mencionou que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria o chefe do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, acelerou o andamento do processo de impeachment.
"Meu voto é pelo afastamento da presidente agora em maio. Eu assumi uma posição muita clara, e de muita coragem. Eu enfrentei o Lula. Eu tenho posição", garantiu na entrevista ao canal de televisão.
CONSELHO DE ÉTICA
Nesta terça-feira (19), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar agendou reunião para ouvir Delcídio do Amaral sobre a acusação de ter atrapalhado as investigações da Operação Lava Jato. Ele ofereceu fuga a Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, se não levasse adiante a delação premiada. Não está confirmada a presença dele na oitiva.
O filho de Cerveró gravou a conversa e entregou à Polícia Federal. Isso motivou a prisão do senador por Mato Grosso do Sul.
Delcídio, em sua delação, também fez acusações contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que assume a presidência caso Dilma seja, de fato, afastada e cassada.