G1/PCS
Sem compromissos previstos na agenda oficial, a presidente Dilma Rousseff passou a manhã desta quarta-feira (21) no Palácio da Alvorada e chamou à residência oficial os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Justiça) após parlamentares da oposição entregarem à Câmara um novo pedido de impeachment. Os três integram o grupo de coordenação política do governo federal.
Dilma desembarcou na base aérea de Brasília às 7h30 desta quarta, após passar os últimos quatro dias cumprindo agenda oficial na Suécia e na Finlândia.
O encontro da presidente com os três ministros não consta da agenda oficial, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social. Procurada pelo G1, a Secretaria de Imprensa da Presidência disse não ter informações sobre o que eles haviam discutido.
A reunião entre a presidente e os ministros da Casa Civil, da Secretaria de Governo e da Justiça ocorreu pouco depois de oposicionistas entregarem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), novo pedido de impeachment de Dilma elaborado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
O documento pede o afastamento da chefe do Executivo federal com a alegação de que o governo deu continuidade às chamadas “pedaladas fiscais” em 2015, mesmo após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter denunciado a manobra contábil.
Desde que setores da oposição começaram a defender a saída de Dilma, a presidente da República e integrantes do primeiro escalão têm defendido que não há fundamento jurídico para o impeachment. A petista ressaltou que não acredita em “ruptura institucional” no país e que a legitimidade de seu governo está nos votos recebidos nas urnas na eleição presidencial do ano passado.
Ao receber o novo pedido de impeachment nesta quarta-feira, Eduardo Cunha disse que vai observar a legalidade ao analisar o pedido. "Acolho como tenho que acolher [...] Vamos processá-lo dentro da legalidade [...] Com total isenção", enfatizou.
No início deste mês, o TCU aprovou, por unanimidade, parecer pela rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff em 2014, em razão das “pedaladas fiscais” que ocorreram no ano passado.
Na avaliação dos ministros da corte de fiscalização, a manobra contábil mostrou a “desgovernança” das contas públicas e falta de equilíbrio fiscal. Agora, cabe ao Congresso Nacional analisar a prestação de contas do governo do ano passado.