A\n assessoria do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) informou neste domingo (7)\n que ele rejeitou o convite do presidente da Comissão de Constituição e Justiça\n do Senado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e não será o relator da questão de\n ordem dos governistas contra a proposta de CPI da Petrobras formulada pela\n oposição nem da questão de ordem dos oposicionistas contra a CPI proposta por\n senadores governistas.\n \n A\n oposição quer uma CPI no Senado para investigar exclusivamente a Petrobras. Os\n governistas protocolaram um pedido de CPI para investigar, além da Petrobras, o\n metrô de São Paulo, o porto de Suape (PE) e a Companhia Energética de Minas\n Gerais (Cemig), todas empresas de estados administrados pela oposição. Uma e outra\n CPI foram alvos de questionamentos pelos que se opõem a cada uma das propostas. Na semana passada, o presidente\n do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu transferir para a Comissão de\n Constituição e Justiça a decisão sobre se as questões de ordem serão aceitas ou rejeitadas.\n \n Com a\n recusa de Dornelles, a CPI da Petrobras, principal assunto que deverá ocupar os\n senadores nesta semana, ainda não tem relator definido na CCJ. O presidente da\n comissão, Vital do Rêgo, marcou para terça-feira (8) a análise dos dois\n questionamentos feitos contra a abertura da CPI, mas ainda não encontrou um\n senador disposto a assumir a relatoria.\n \n Na última\n sexta-feira (4), Vital do Rêgo\n chegou a anunciar que a\n relatoria das duas questões de ordem ficaria com Dornelles. Mas o senador\n fluminense pediu que Vital "procurasse outro nome”, segundo informou sua\n assessoria, porque ele está “mergulhado” em outro assunto, a medida provisória\n 627/2013, que altera as regras contábeis e de tributação de empresas\n brasileiras com operações no exterior.\n \n Dornelles\n não era a primeira escolha de Vital do Rêgo, que admitiu na sexta-feira estar\n com dificuldades de encontrar um senador disposto a assumir a missão e que\n estivesse em Brasília na próxima terça. A intenção do presidente da CCJ era distribuir\n o processo ao relator ainda na sexta, para que ele tivesse tempo de “estudar” o\n caso durante o final de semana.\n \n Com a\n recusa de Dornelles, Vital vai “restabelecer os contatos” com os integrantes da\n CCJ nesta segunda-feira (7). Ele próprio é um dos cotados para a relatoria, mas\n disse preferir entregar a tarefa a “outro companheiro”. A previsão é de que na\n quarta-feira (9), após a manifestação da CCJ, o plenário do Senado vote o\n relatório e, assim, dê a palavra final sobre o assunto.\n \n Tarefa do\n relator
\n O relator terá de dar seu parecer sobre a abrangência das investigações a serem\n realizadas pela CPI. A oposição quer focar somente em negócios da estatal,\n enquanto o governo quer ampliar as apurações e incluir investigações\n relacionadas a denúncias que envolvem suposto cartel no metrô de São Paulo e\n supostas irregularidades na instalação do Porto de Suape, em Pernambuco,\n estados governados pelo PSDB e PSB, respectivamente.\n \n Na última\n quarta-feira (2), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu\n rejeitar as questões de ordem apresentadas pela senadora Gleisi Hoffmann\n (PT-PR) e pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).\n \n Calheiros\n decidiu que a CPI pode incluir mais de um "fato determinado" para\n investigar não somente negócios suspeitos da Petrobras, mas também o metrô de\n São Paulo e o porto de Suape. Renan Calheiros, porém, submeteu a decisão à CCJ,\n que terá de dar um parecer sobre as questões de ordem e remeter o assunto para\n o plenário do Senado.\n \n Oposição
\n Os partidos de oposição no Senado pretendem entrar nesta terça-feira (8) com um\n recurso no Supremo Tribunal Federal para tentar garantir a instalação de um CPI\n com o objetivo de apurar exclusivamente a Petrobras, com enfoque na compra da\n refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), suspeita de superfaturamento.\n \n Neste\n sábado, durante evento em São Caetano do Sul, o presidente do PSDB, senador\n Aécio Neves (MG), disse que a oposição vai “manter a pressão alta” sobre o STF.\n \n “O PT não\n quer investigar absolutamente nada em nenhuma outra área. Eles não querem que\n se investiguem a Petrobras. Portanto, na terça-feira, estaremos indo ao Supremo\n Tribunal Federal para ver respeitado o direito sagrado das minorias”, afirmou o\n tucano.\n \n Os\n oposicionistas no Senado têm chamado de “manobra” a inclusão de outros temas na\n CPI. Neves, que é provável candidato do PSDB nas eleições presidenciais de\n outubro, disse que a iniciativa do governo é “vergonhosa” e visa\n "sufocar" a comissão.\n \n “Se\n prevalecer a decisão do presidente Renan, ao meu ver equivocada, daqui por\n diante, seja nesse ou em outros governos, jamais haverá uma CPI”, declarou o\n senador.\n \n \n