Política
09/08/2012 09:00:00
Em debate quente, Bernal sugere CPI para investigar
Em clima de campanha eleitoral, debate sobre o caos na saúde em Mato Grosso do Sul colocou em confronto situação e oposição na Assembleia Legislativa e esquentou os ânimos dos parlamentares na sessão desta quinta-feira (9).
Midiamax/PCS
\n Em clima de campanha eleitoral, debate sobre o caos na saúde em Mato Grosso do Sul colocou em confronto situação e oposição na Assembleia Legislativa e esquentou os ânimos dos parlamentares na sessão desta quinta-feira (9). Candidato a prefeito de Campo Grande, o deputado estadual Alcides Bernal (PP) chegou a sugerir a criação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar qual o ralo por onde escorre o dinheiro destino à saúde. Ele ainda desferiu duras críticas ao governador André Puccinelli (PMDB), levando o líder do governo na Assembleia, deputado Júnior Mochi (PMDB), a cobrar provas das acusações. A discussão começou com o pronunciamento do deputado estadual Pedro Kemp (PT) na tribuna da Casa de Leis. Ele questionou a decisão da secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobaschi, de não pagar pelo serviço extra de 15 cardiologistas. Com a medida, não será disponibilizado plantão na Santa Casa. Dessa forma, os pacientes precisam ser encaminhados para o Hospital Regional ou Universitário. Por ser caso de urgência, a pessoa corre o risco de morrer durante o transporte, alertou Kemp. Para ele, quem trata saúde com prioridade não pode deixar de gastar R$ 72 mil para disponibilizar o serviço na Santa Casa. É o hospital de referência no Estado, ressaltou. O primeiro a apartear a manifestação foi o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), que classificou os problemas em saúde como generalizados pelo Brasil inteiro e, como bom opositor ao Governo Federal, cutucou a administração da presidente Dilma Rousseff (PT). Para ele, a petista precisa parar de se queixar do corte da CPMF e tratar com mais atenção o tema. Não falta dinheiro, falta vontade", disparou. Para Bernal, a justificativa é tapar o sol com a peneira. Neste sentido, defendeu ações imediatas, como a abertura de uma CPI. Temos que investigar porque preferem economizar a colocar em risco a vida das pessoas, defendeu. Ele ainda classificou como uma palhaçada a decisão do governo Puccinelli de não desembolsar os R$ 72 mil para pagar o plantão dos cardiologistas. O candidato foi ainda mais longe e colocou em xeque a gestão do recurso destinado à saúde. Diminuem cada vez mais o atendimento na Santa Casa, mas a dívida do hospital só cresce, estranhou. E o hospital do trauma que nunca concluem. Dizem que, agora, faltam R$ 4 milhões. O que é R$ 4 milhões diante da importância do serviço, emendou. Ainda em tom crítico, Bernal disse que não falta dinheiro para resolver os problemas, falta gestão. Ele lembrou que para 2013 estão previstos R$ 700 milhões para aplicar em saúde em Campo Grande. São quase R$ 2 milhões por dia, comentou. Diante das acusações, Mochi frisou a necessidade de ter um fato específico para abrir uma CPI na Assembleia se não acaba em nada. Ele ainda cobrou provas das críticas contra os governistas e acusou Bernal de utilizar o tema com fins políticos em época de campanha eleitoral. Candidato a vice-prefeito do deputado federal Vander Loubet (PT), o deputado estadual Cabo Almi (PT), também criticou a situação e classificou a superlotação dos hospitais como fato determinante para abrir uma CPI. Os deputados estaduais Lauro Davi (PSB) e Mara Caseiro (PTdoB) também pediram à palavra e esticaram o debate. Lauro defendeu menos investimentos em infraestrutura e mais contratações de profissionais. Mara, por sua vez, cobrou a necessidade de os parlamentares deixarem o discurso de lado para se concentrar em buscar soluções efetivas para o problema.\n \n