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Política
10/04/2014 06:58:07
Empresa de ex-ministro pagou R$ 4,3 milhões a doleiro preso pela PF
O relatório da PF reúne indícios de que Youssef operava uma engrenagem em que, de um lado, eram coletados recursos de fornecedores da Petrobrás.

Estadão/PCS

Documentos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato \n mostram que a Investminas, empresa controlada por Pedro Paulo Leoni \n Ramos, secretário de Assuntos Estratégicos no governo de Fernando Collor\n (1990-1992), fez um pagamento de R$ 4,3 milhões para a consultoria MO, \n que seria uma espécie de central de distribuição de valores para \n políticos ligada ao doleiro Alberto Youssef. \n \n O relatório da PF reúne indícios de que Youssef operava uma \n engrenagem em que, de um lado, eram coletados recursos de fornecedores \n da Petrobrás. O dinheiro entraria, entre outras formas, como contratação\n de consultorias da MO. De outro lado, o dinheiro era transferido pelo \n doleiro a políticos e a partidos. \n A Investminas é uma controlada da GPI Participações e Investimentos \n S.A., presidida por Leoni Ramos, conforme mostra balanço da empresa \n publicado no ano passado. A empresa arrematou, com Furnas, a concessão \n da hidrelétrica de Três Irmãos - cujo contrato teve a assinatura \n suspensa por determinação do Tribunal de Contas da União.
A PF suspeita \n de uma sociedade, no âmbito da Labogen, entre a GPI, o doleiro e a \n Linear Participações e Incorporações Ltda. O laboratório teria como foco\n o fornecimento de produtos químicos para a Petrobrás e medicamentos \n para o Ministério da Saúde.\n Questionada, a GPI, controladora da Investminas, informou que "a MO \n Consultoria realizou um serviço mediante um contrato cujo objeto foi \n cumprido." Segundo a empresa, trata-se de um contrato legal. \n A GPI informou que, de fato, recebeu uma proposta de negócio em março\n de 2013. Diz que na época se interessou pelo negócio e "assinou um \n contrato de promessa de compra e venda". Pelo acordo, a GPI ficaria \n encarregada de duas ações. A primeira, a implantação física da Labogen, \n um investimento de R$ 1,958 milhão que foi realizado e que ela espera \n ter de volta. A outra, comprar parte da Labogen, o que não ocorreu.
A \n nota não explica por que o diretor da GPI João Mauro Boschiero aparece, \n numa troca de e-mails interceptada pela PF, pedindo a dois executivos da\n Labogen que deletem mensagens, acrescentando que "as citações que foram\n feitas derrubam nosso projeto".