O Globo/LD
O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça-feira a delação premiada do deputado cassado Pedro Corrêa (PP-PE). Condenado no "mensalão" e na Lava-Jato, Corrêa firmou o acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). A homologação valida os termos da colaboração, que continuam sob sigilo.
A delação agora volta à PGR, para que o órgão aponte se quer pedir abertura de inquéritos no STF a partir dos depoimentos. Não há previsão de quando o conteúdo da delação será liberado. Pedro Corrêa cumpre prisão domiciliar desde fevereiro, em Recife.
TENTATIVA DE DELAÇÃO
Corrêa já tinha tentado celebrar acordo de delação premiada no ano passado, mas o Supremo negou a proposta ao alegar falta de provas do ex-deputado em suas afirmações.
No dia 5 de junho, em audiência com o juiz Sergio Moro, por quem foi condenado na Lava-Jato, Corrêa apresentou fotos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tentativa de desmentir o petista, que negou ter relações com o parlamentar pepista em seu depoimento também a Moro, no dia 10 de maio, em Curitiba.
— Eu não era um desconhecido do Lula, como ele afirmou que não tinha relação comigo. Eu vivia no Palácio do Planalto, e participava de pelo menos duas reuniões por mês do Conselho Político, com todos os presidentes dos partidos — disse o deputado cassado.
Segundo Corrêa, as imagens mostravam cenas de reuniões que ocorriam no Palácio do Planalto, para tratar de supostos pagamentos de propina a parlamentares da base aliada, com objetivo de garantir apoio ao governo Lula.