A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 505 mil com o prefeito de Cerro Grande do Sul, Gilmar João Alba (PSL). Ele estava passando com suas malas pela checagem no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando os agentes suspeitaram do conteúdo. O dinheiro estava armazenado em caixas de papelão dentro de bagagens. A apreensão ocorreu no último dia 26 de agosto, mas o prefeito só se manifestou sobre o caso nesta sexta-feira (3).

A PF relata que o passageiro, inicialmente, atestou não saber o valor que carregava, para depois dizer que levava R$ 1,4 milhão. Sem explicitar de onde vinha o dinheiro, o prefeito só teria afirmado que a quantia tinha origem lícita. Em virtude da dúvida, a PF recolheu o montante, fazendo a contagem de R$ 505 mil. Um procedimento investigativo será instaurado para apuração da origem do dinheiro.

Conhecido como Gringo, ele foi eleito no ano passado pelo PSL com pouco mais de 2 mil votos para comandar o município de 12 mil habitantes, localizado a 200 quilômetros de Lajeado.

O que disse o prefeito

Na tarde desta sexta-feira (4), o prefeito do PSL concedeu uma entrevista à Rádio Gaúcha e disse que circular com dinheiro vivo lhe garante oportunidade de negócios. Segundo ele, é por isso que levava a quantia na viagem - ele disse que tinha ido a São Paulo, mas que já tinha passagem de volta para Porto Alegre.

Em mais de uma oportunidade, Alba disse que não deve explicações sobre o que faria com o dinheiro e chegou a afirmar que "eu ando com o meu dinheiro para onde eu quiser". Ele garantiu, no entanto, que trabalha honestamente e que, a partir de agora, vai evitar levar dinheiro consigo:

Conforme o prefeito, sua declaração de renda é de R$ 9,039 milhões, com R$ 4,3 milhões de dinheiro declarado. Ele chegou a dizer que R$ 505 mil não são suficientes para comprar um bom carro. "500 mil não é uma Mega-Sena. Não dá para comprar um carro bom, dá para comprar um carro meio porte", disse o prefeito.