Revista Fórum/PCS
O deputado federal André Janones (Avante-MG) divulgou nesta terça-feira (25), através das redes sociais, imagens que seriam de supostos vídeos que estariam no celular de Gustavo Bebianno, coordenador da campanha de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e primeiro ministro a ser demitido no atual governo.
Bebianno morreu de infarto em março de 2020, pouco mais de um ano após romper com Bolsonaro. Antes de morrer, ele revelou ter guardado um material, "inclusive fora do Brasil", para ser usado caso algo lhe acontecesse. Este material estaria gravado em seu celular e, segundo supostas pessoas que tiveram acesso às gravações, o conteúdo seria "destruidor" para Bolsonaro.
"Mortos não falam, mas os celulares deles sim! Lembra desse dia, Carlinha? Lembra o que foi falado aqui? Isso aqui é só o frame de um vídeo, e de onde saiu esse tem muito mais! Apenas aguarde! HAVERÁ CHORO E RANGER DE DENTES!", escreveu Janones, se dirigindo à deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), ao divulgar uma das imagens que seriam de vídeos no celular de Bebianno.
"Eu vou destruir vocês!", escreveu ainda Janones junto com outra foto do mesmo suposto vídeo, em uma sequência de postagens. Confira.
Bebianno: de homem forte de Bolsonaro a primeiro ministro demitido
Bebianno foi o primeiro ministro a deixar o governo de Bolsonaro, em fevereiro de 2019. Sua demissão foi confirmada em meio a uma crise no governo que se originou com a suspeita de que o PSL, partido ao qual Bolsonaro e Bebianno eram filiados, teriam usado candidatura “laranja” nas eleições de 2018.
O jornal Folha de S.Paulo informou na época que, quando Bebianno presidia o PSL, o partido, repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco. Segundo o jornal, o repasse foi feito quatro dias antes das eleições, e ela recebeu 274 votos.
Bebianno negou as irregularidades, afirmando que não foi o responsável por escolher as candidatas que receberam dinheiro do partido. Isso porque, segundo ele, a decisão coube aos diretórios locais.
Após a reportagem da Folha, Bebianno negou em entrevista ao jornal “O Globo” que fosse o pivô de uma crise dentro do governo e acrescentou que, somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes. Na ocasião, Bolsonaro ainda estava internado em razão de uma cirurgia.
Após a publicação da entrevista, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) usou uma rede social para dizer que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente.
Carlos, e depois o próprio Bolsonaro, chegaram a divulgar um áudio no qual, segundo eles, o presidente diz a Bebianno que não podia falar com o então ministro.
Bebianno era considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro. Ele foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do presidente, costurou o acordo que levou Bolsonaro ao PSL e presidiu a legenda durante a corrida eleitoral de 2018.
Após a eleição, Bebianno deixou o posto e foi escolhido para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, um dos ministérios com gabinete no Palácio do Planalto.